Como era a personalidade do Ayrton Senna

Ayrton Senna era extremamente obstinado. Tinha um grande coração, e seus feitos o emocionava com facilidade.

Veja abaixo o vídeo sobre a Personalidade do Ayrton Senna (Primeira Parte) no nosso canal do YouTube. ⤵️

Veja abaixo o vídeo sobre a Personalidade do Ayrton Senna (Segunda Parte) no nosso canal do YouTube. ⤵️

Ayrton Senna nasceu em São Paulo, no dia 21 de março de 1960. Filho do empresário Milton Guirado Theodoro Da Silva e de Neyde Joanna Senna Da Silva. E o que muita gente não sabe é que ele foi diagnosticado com um problema de coordenação motora. Mas o problema que ele tinha era que ele penava muito rápido e queria fazer as coisas muito rápidas. E para ajudar na melhora desse problema, seu pai lhe deu uma Kart aos 4 anos de idade. E nesta idade ele já mostrava uma desenvoltura pilotando o kart pelas ruas de terra do bairro onde morava.

A estreia de Senna em competições foi aos 13 anos, em julho de 1973. Um ano depois foi campeão paulista na categoria júnior. E nesta época ele já demonstrava porque seria um dos melhores pilotos da história.

Senna_criança

É evidente que Senna tinha um talento nato para o automobilismo, mas o que era certo também era que qualquer coisa que ele faria da sua vida ele teria sucesso. A sua mentalidade vencedora, de querer cada vez mais ser o melhor, de fazer tudo de forma planejada, de controlar todas as variáveis possíveis como: passar horas montando e desmontando o kart para entender como um melhor ajuste carro poderia fazer ele ser mais rápido, de ir para os treinos com um cronômetro e dividindo o autódromo em alguns setores, testando variadas freadas, acelerações e regulagens em cada trecho. Ou seja, todos os elementos que iriam compor sua reputação na fórmula 1 já estavam presentes enquanto corria de kart.

Ayrton passou a ser conhecido por ser fechado e introvertido fora das pistas, mas apesar disso, ele era educado com todos, falava o tempo inteiro em questões de motor e desempenho. E dentro das pistas ele era extremamente técnico e competitivo. Na escola era um aluno regular, estudava o necessário para conseguir focar no kart.

Alguns consideram essa obsessão, demonstrada por Senna desde a infância, em ser o melhor, o mais rápido, como um reflexo da própria educação que recebeu em casa. O pai era muito exigente e seu lema era: “se é para fazer, que seja bem-feito”.

Depois de correr por anos de Kart e ser: 4 vezes campeão brasileiro, de 1978 a 1981; bicampeão sul-americano de kart, nos anos de 77 e 78; e com a frustração de sua carreira no kart de não ter sido campeão mundial, o brasileiro foi duas vezes vice-campeão mundial de kart, em 1979 e 1980. Senna, aos 20 anos, decide dar um passo na sua carreira e, então, entra para a Fórmula Ford 1600 na equipe Van Diemen, primeira etapa no caminho para entrar na Fórmula 1. Logo no seu primeiro ano ele conquistou 12 vitórias em 20 corridas. Senna foi campeão com uma corrida de antecedência e, após o título, ele comunica, de forma surpreendente, a Ralph Firman, dono da equipe, que estava abandonando a categoria. A decisão foi tomada após grande pressão dos pais, que o queriam de volta ao Brasil, fazendo faculdade e administrar uma loja de material de construção montada pelo pai. Como Ayrton era sempre obediente às ordens do pai, desembarcou no país em outubro de 1981.

Depois de muitas brigas na família Senna, Ayrton volta à Europa, agora para competir na Fórmula Ford 2000 em que foi campeão europeu e britânico pela equipe de Dennis Rushen, conquistando 22 vitórias em 27 corridas.

Em 1983, Senna venceu o campeonato de Fórmula 3 Inglesa, com treze vitórias em 21 corridas, sendo 9 delas consecutivas, pela equipe de Dick Bennetts.

A partir daí começa a sua jornada na Fórmula 1. Sua estreia na categoria aconteceu no ano de 1984 na equipe Toleman. Logo em sua primeira corrida oficial, Senna conquistou um ponto na etapa da África do Sul e, mesmo com um carro não tão bom, Senna conquistou 13 pontos, ficando na nona posição no campeonato.

A partir desse momento veremos alguns fatos que demonstram traços da personalidade de Senna.

A mentalidade de ser o melhor estava tão presente nele que quando ele se deparou com um carro de fórmula 1 e percebeu o esforço físico que era pilotar um carro deste tipo ele teve que pensar em fazer algo diferente para se sentir mais preparado fisicamente para enfrentar uma corrida. Nuno Cobra (seu preparador físico) diz que ninguém fazia preparação física. Senna foi o precursor da preparação física, mental e emocional na fórmula 1.

Senna era obcecado por ser o melhor e ganhar. Isso o tornava extremamente competitivo, e ele sempre iria fazer o que fosse melhor para ele, ou seja, se algo fosse importante para conquistar um melhor tempo de largada, em ter um carro melhor, em ganhar uma corrida e conquistar o título mundial de pilotos, o Senna iria fazer. Não importa se isso iria atrapalhar um outro piloto. Mas o que é certo é que essa não era só uma característica do Senna. É só a gente lembrar de quantas corridas o Rubinho Barrichello foi obrigado a deixar o Michael Schumacher ganhar, essas situações só ocorreram por conta de vantagens contratuais que o alemão tinha na Ferrari. No caso do Senna, existem duas situações que mostram isso.

A primeira diz respeito ao momento em que Senna estava em sua segunda equipe na Fórmula 1, a Lotus. Em 1986, o inglês Derek Warwick estava acertado para fazer um contrato com a Lotus para ser piloto da equipe em condições de igualdade com Senna. O brasileiro previu que a equipe não teria recursos para dar aos dois pilotos condições que pudessem disputar as primeiras posições. como era o caso do carro reserva, que somente existia 1. Então Senna, falou que não queria Derek Warwick como companheiro e um dos motivos era de que ele queria que o carro reserva fosse apenas dele. Como o brasileiro tinha o patrocínio muito forte, prevaleceu o que ele queria. Não se sabe se foi por peso na consciência ou outro motivo, mas no fim de 1985 Senna envia uma carta para Derek Warwick desejando ao inglês tudo de bom para o ano de 1986.

Outra situação foi quando estava disputando o campeonato de 1990. Senna e Alain Prost estavam disputando o título mundial e Senna já havia declarado que não permitiria uma ultrapassagem de Prost. Na primeira curva, Senna tocou a roda traseira de sua McLaren na Ferrari de Alain Prost, levando os dois carros para fora da pista. Resultado que deu o segundo título mundial ao brasileiro.

Nesse contexto, muitos dizem que a batida provocada por Senna foi uma falta de caráter. Foi uma atitude antidesportiva. Já Senna acreditava ter o direito de punir quem, um ano antes, “roubara seu campeonato”. O que era verdade. Isso mostra que Senna fazia de tudo para ter as coisas do jeito dele.

A verdade é que ele tinha uma personalidade muito forte, e tinha tanta convicção no seu potencial e que iria conquistar tudo que queria que as vezes uma frase solta soava arrogante.

Em muitas situações, Ayrton mostrava sua generosidade. Quando Christian Fittipaldi e Rubens Barrichello tinham acabado de entrar na Fórmula 1, Senna chamava-os para o seu motorrome, abria o mapa da pista e explicava detalhe por detalhe o que cada trecho da corrida exigia que fizesse.

Senna era tão focado e perfeccionista que ia para a pista 3 dias antes dos outros pilotos; andava pela pista de bicicleta ou moto, ia jantar com os mapas dos treinos; deitava-se com o mecânico embaixo do carro pra ver o que podia ser melhorado e mexia no carro junto com o mecânico e orientava os mecânicos e projetistas a alterar, nem que fosse um milímetro sequer no tamanho das asas.

Uma demonstração de foco e de saber a capacidade que ele tinha, é quando Senna disputou a sua primeira corrida em Mônaco, em 3 de junho de 1984. com um carro inferior a maioria dos concorrentes e com uma chuva forte, e Alain Prost em primeiro vendo Senna crescer no seu retrovisor e pedindo pelo rádio para encerrarem a corrida, todos pensavam que o brasileiro estaria feliz de ter alcançado o segundo lugar, mas não. Na verdade, Senna estava com raiva, furioso.

Senna tinha uma capacidade de saber exatamente o que era melhor para a carreira dele e para ser o melhor, e ganhar títulos, quebrar recordes. A sua gestão de carreira era perfeita. Ele era capaz de ser extremamente agressivo quando dirigia um carro, mas na hora que alguém batia ele era o primeiro a parar o carro e voltar pra ir ver se estava tudo bem.

Um outro acontecimento mostra o lado humano e sensível de Ayrton Senna e apresenta também o comprometimento dele e alto poder de concentração. Em 1990, nos treinos livres do GP da Espanha, o irlandês Martin Donnelly, sofreu um grave acidente, em que todos pensavam que ele havia morrido. Ayrton ficou bem abalado, e emocionalmente envolvido com a situação. aquela aparência de durão que tinha se desfez e todos puderam ver ele chorando e emocionado. Um pouco depois do acidente, Senna foi a pista e andou muito rápido. Senna diz “Não sei quão veloz ou lento posso ser”. Era ele se testando depois de um acidente horrível e vendo se era possível conseguir ser veloz.

Agora veremos alguns relatos que demonstram a personalidade de Ayrton Senna.

Senna buscava tanto ser o mais rápido possível nas pistas que beirava a imprudência. Martin Brundle, que correu com o brasileiro na fórmula 3, explica isso:

“o automobilismo inglês ainda comenta aquela temporada, que se tornou algo que todo mundo gosta de lembrar. Um dia o carro dele veio parar nos meus ombros. Em outro, batemos de lado em Snetterton. Por duas vezes ele recebeu anotação de direção perigosa em sua licença de piloto, o que o deixou muito bravo. Sim, ele teve acidentes, mas geralmente era porque ele estava muito veloz, no limite. Não eram acidentes por falta de talento ou por estupidez. Eram porque ele estava sempre tentando andar no limite. Senna está vindo... Ou você sai da frente, ou vai acontecer um acidente. A decisão é sua, porque ele já tomou a decisão dele.”

O irlandês, John Watson, que correu com Senna na Fórmula 1, diz:

“A gente Conhece pessoas como o Senna uma ou duas vezes na vida. Não sei o que o fazia ser tão especial.”

O bicampeão da Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, diz:

“Não só entender, mas conseguir usufruir de tudo que o carro tinha à disposição, em freada, entrada de curva, no meio da curva, em tração, saída de curva, usar a pista ao máximo, então eu acho que essa excelência de utilização do carro é que o Ayrton conseguia um a mais do que muita gente que não conhece direito o carro, não consegue.”

Ou seja, aquela mentalidade de fazer tudo detalhado desde o kart, atingiu a excelência na fórmula 1.

Gerhard Berger (Amigo e ex-piloto e companheiro de equipe) disse:

“Se você disser “Ayrton” para mim, o que vem à minha mente, além do amigo, é sua velocidade natural.”

Para Berger, Senna tinha outra qualidade que era a concentração extremamente poderosa. Berger completa que estudou Ayrton durante meses, tentando descobrir seus pontos fortes e fracos. Só achou pontos fortes.

“Ayrton treinava mais, fazia exercícios no Brasil sob 40 graus de temperatura.”

Um relato mostra a personalidade forte que Senna tinha, Niki Lauda que subiu ao pódio junto com Senna pela primeira vez no dia 22 de julho de 1984, diz:

“Eu estava treinando, tentando me classificar, andando rápido e, de repente, no meio da pista, ele estava andando devagar, olhando pelo retrovisor. Acabou destruindo a minha volta. No boxe, eu disse a ele: “Por que você fez isso? Por que não cooperou? Você é novo na Fórmula 1. Normalmente a gente se afasta para que os outros se classifiquem, é assim que funciona”. Senna com a cara feia apenas mostrou o dedo do meio e saiu.”
"No outro dia (sábado), na hora da classificação para o grid, eu fiz o tempo mais rápido e fiquei na pista, andando devagar, esperando Ayrton. Ele veio na curva como um louco e eu estava no meio da pista e parei o carro. Acelerei de novo e destruí a volta dele."
"Nos boxes, ele ficou louco. E eu disse a ele: “Aqui! (mostrou o dedo do meio e saiu)”. Desse momento em diante, nós tivemos um bom relacionamento. Eu falei com ele, ele falou comigo e não houve mais problema."

Giorgio Piola, jornalista especializado, disse que sempre que alguém pergunta a ele qual piloto foi melhor, “Schumacher ou Senna?”. ele responde:

“Eu sempre digo Senna, imediatamente. Porque o Senna ganhou o campeonato com adversários como Prost, Mansell, Piquet, Alesi, Berger, pilotos muito bons.”

Senna perguntou a John Watson: John, o que você acha da McLaren? O que eu posso esperar? E ele responde:

“É a equipe de Alain Prost, ele é muito esperto, um piloto fantástico, muito amigo do Mansour Ojeh e do Ron Dennis. Se você decidir ir para lá é certamente uma grande equipe. E agora eles tem motores Honda. Acho que você tem de ir com calma, construindo seu espaço na equipe”

Senna disse:

“Nada disso. Se eu for pra lá, vou elevar o nível deles. E vou destruir o Prost, física e mentalmente. Vou lá e vou tomar conta do Alain completamente”

Assim, Senna foi pra McLaren e os dois melhores pilotos da Fórmula 1 estavam na mesma equipe. Todos os companheiros de Prost até então levaram a pior na disputa interna....até a chegada de Ayrton Senna. Como Senna previu ele destruiu o Alan Prost, nas pistas e mentalmente.

Uma situação que ocorreu no GP de Mônaco em 1988, demonstra isso. Prost e Senna disputavam um grid de largada e Prost baixou o tempo de Senna em 1 ou 2 décimos de segundo. A imprensa cerca o Prost o bajulando e endeusando o feito. Enquanto isso, Senna vai à pista novamente e faz o inimaginável, diminuiu o tempo do Prost em inacreditáveis 1 segundo e meio. Em carros completamente idênticos. Todos os jornalistas largaram o Prost e foram atrás de Senna, deixando o francês sozinho.

Chegando ao box, depois desse tempo impressionante, Senna estava meio calado, meio chocado. Um amigo de Senna disse que aconteceu o seguinte: o brasileiro foi andando mais rápido e cada vez mais rápido até um momento em que ele entra num transe e carro e piloto se transformam em uma coisa só, o carro vira uma extensão do piloto. Ele sentiu como se estivesse acima do Carro, assistindo a si próprio guiando. Impressionante, não?

O fim de semana de sua morte.

Senna chega em 1994 na Williams e se surpreende negativamente com o carro. O carro estava completamente desequilibrado. E tendo a necessidade de fazer ajustes, sendo que um dos ajustes era com relação a direção e o tamanho do volante. Senna não se sentia confortável em dirigir o carro. Ele gostava de volantes maiores e com isso a sua mão ficava batendo na parte superior do carro. Para que Senna se sentisse mais confortável, a coluna de direção do carro foi serrada, e o ângulo da barra foi alterado para que as mãos de Ayrton não batessem mais no carro.

Com tantos ajustes a serem feitos, a temporada de 1994 não estava sendo muito boa para Ayrton Senna, ele não havia pontuado nas 2 primeiras corridas e foi com uma certa pressão para pontuar e vencer no GP de San Marino, em Ímola.

Na sexta-feira, ocorre o acidente, muito grave, do Rubens Barrichello, em que ele quase morreu, Senna foi um dos primeiros a ir até o Rubinho, ficou ao lado dele o tempo todo. Foi ao local do acidente, foi ao hospital e permaneceu com Rubinho até ter certeza de que estava tudo sobre controle.

Já no sábado, foi a vez do acidente fatal de Roland Ratzenberger. Senna foi o cara que mais sentiu a dor pela morte do Roland Ratzenberger. Ele foi o primeiro a chegar ao centro médico. Lá ele estava muito abalado, chorava de soluçar. Esse acidente teve um impacto profundo no Ayrton. Na manhã do GP de Imola Senna queria uma bandeira da Áustria para homenagear o piloto após a corrida. O próprio Senna diz que o Ratzenberger chegou ao centro médico já morto, ou seja, ele morreu na pista, o que, de acordo com a lei italiana, deveria fazer com que a corrida fosse suspensa.

O lado sensível e extremamente humano de Ayrton ficou em evidência nesse fim de semana trágico. Ele não queria correr, ficou muito abalado com tudo que aconteceu. Mas ele se sentia pressionado a correr. O mundo esperava que ele corresse, principalmente os patrocinadores e envolvidos diretamente com a corrida. Frank Williams, sem saber se ele iria correr ou não, manda chamar Galvão Bueno, que era muito próximo a Senna, para perguntar se ele iria correr. Galvão diz: “Eu não tenho a mínima dúvida de que ele irá correr, e tenho certeza de que ele vem para ganhar”. O senso de responsabilidade de Senna era muito grande para deixar de correr, então Senna decide ir para a corrida.

Antes de falar sobre o dia da corrida, temos que abrir um parêntese e explicar sobre o relacionamento de Senna com sua namorada Adriane Galisteu e sua família, e como esse namoro era visto na família.

Senna tinha um peso sobre seus ombros de muita gente depender dele, inclusive a família. E com relação a família Senna, nós já falamos um pouco na primeira parte do vídeo sobre Ayrton Senna, de como era a relação da família com o Ayrton e de como isso afeta a sua personalidade, e se você não viu, assista a primeira parte para entender isso um pouco melhor.

Falando sobre o namoro com Adriane Galisteu. O início deste namoro fez muito bem ao Senna. Adriane era o oposto de Senna, muito extrovertida e expansiva e, mesmo tão nova na época, ela o ajudava a relaxar nos momentos de lazer. Com Adriane, Senna começou a aproveitar a vida como nunca havia feito, além de se tornar mais afetuoso e bem-humorado. E a cada dia Senna ia tomando mais as rédeas da vida e dos negócios e se afastando do controle que a família tinha sobre ele.

No entanto, a Família de Ayrton era muito controladora, principalmente seu pai. Adriane Galisteu diz que eles sempre vigiaram, de forma ciumenta, as amizades dos filhos. Algumas namoradas que Ayrton teve tinham uma aprovação pela família Senna, mas não é o caso de Adriane, e por isso, ela passou a ser observada de mais perto.

O pai de Senna era tão controlador que no início da noite de sábado, véspera da morte de Ayrton Senna, Leonardo, seu irmão, foi enviado pelo seu pai para demover a ideia de Ayrton anunciar o seu noivado com Adriane. Leonardo estava em posse de uma fita com a gravação de uma conversa feita do telefone do apartamento de Ayrton em São Paulo. Em uma das gravações que Ayrton ouviu, um antigo namorado de Adriane fazia provocações sobre o desempenho sexual de Ayrton.

O dia da corrida.

Chega-se ao dia da corrida. Não era um dia de corrida normal. Não só para Senna, mas para todo mundo. Despois de um acidente muito grave na sexta-feira e uma morte no sábado, o clima estava tenso e pesado. E não tinha como ser diferente, pois o último acidente com morte em grande prêmio, tinha acontecido em 1982.

Falando especificamente de Senna, todos dizem que ele não estava normal, como em todas as outras corridas. Havia um semblante abatido, mais calado do que o normal. Estava isolado e pensativo.

Devido as alterações na barra de direção a Williams de Senna passou reto na curva Tamburello devido a uma quebra na coluna de direção.

Apesar de ter tentado frear, o carro de Senna bateu contra o muro a uma velocidade de 216 km/h.

Ayrton planejava criar uma espécie de Instituto ou Fundação para auxílio às crianças, além de, de alguma forma, melhorar a qualidade da educação dada ao público mais jovem. No começo de 1994, quando estava de férias, Ayrton procurou a irmã, Viviane Senna, para conversar sobre a ideia de fazer algo mais estruturado, de ajudar de forma mais eficaz. O projeto foi criado e lançado no final de 1994 pela sua irmã com o nome de Instituto Ayrton Senna.

Segundo Adriane Galisteu, Ayrton Senna morreu sem realizar três sonhos. O primeiro era correr na Ferrari, o segundo era conhecer a Disney, e o terceiro era ter um filho.

Pessoas mais próximas a Senna, dizem que ele morreu numa época em que estava se transformando como pessoa, ele estava enxergando que existia mais na vida do que ser campeão e ganhar corrida de Fórmula 1.

Muitos diziam que Senna não poderia ter morrido de outra forma senão pilotando. A maneira aguerrida e insaciável com que o piloto perseguia o primeiro lugar e os melhores tempos, algum dia iria lhe causar sérios problemas. E Senna já havia declarado que gostaria de morrer na pista.

Senna será sempre lembrado pelo seu talento incomparável e sua dedicação fora do normal, pela sua mentalidade vencedora, sua sensibilidade extrema e respeito ao próximo.