Como era a personalidade do Dinho

Todos que o conheciam dizem que ele era só alegria, e que por onde passava deixava tudo mais iluminado. Ele era intenso, extrovertido: uma pessoa única.

Veja abaixo o vídeo sobre a Personalidade do Dinho no nosso canal do YouTube. ⤵️

Dinho foi o cantor e líder do Mamonas Assassinas. No ambiente que ele estivesse só tinha sorrisos e brincadeiras. Ou ele estava sorrindo ou, mais comumente, fazendo os outros sorrirem. Persistente e perseverante, ele nunca desistiu dos seus sonhos.

Ele era um verdadeiro showman, Ele sabia animar a multidão, seja com suas músicas divertidas e bem-humoradas, ou com suas performances ao vivo.

O pai diz que ele sempre se destacou na escola e nas amizades. Ele sempre foi um líder.

O amigo, David Soares, disse que Dinho fazia coisas que muita gente tem vontade, mas não tem coragem. Um cara muito autêntico, muito original. Ele era meio, me ame ou me deixe.

Alecsander Alves Leite, o Dinho, nasceu em Irecê, na Bahia. Filho de Hildebrando Alves e Célia Ramos.

O fato de ter nascido na Bahia era motivo de orgulho de Dinho, em que sempre destacava isso em suas entrevistas.

Como bastante comum naquela época, seus pais se casaram muito novos, o pai tinha 20 anos e a mãe tinha 16. E poucos meses depois do casamento Dinho nasce. Por este mesmo motivo, o início da vida de Dinho foi bem complicado. Com a família passando por dificuldades financeiras.

Olhando assim, parecia tudo um conto de fadas, mas, não era isso que estava acontecendo. O mundo achando que Diana era a mulher mais feliz do mundo, sendo que por dentro ela se corroía em desespero. Mais para a frente Diana relata que esse dia foi o pior dia da sua vida. Isso tudo porque Charles, no dia anterior ao casamento, disse a Diana que não a amava. Além disso, nesta data não se sabe ao certo se Charles e a sua atual esposa, Camilla Parker Bowles tinham algum envolvimento amoroso, mas o que é claro é que eles sempre tiveram algum tipo de relacionamento.

Quando ele tinha apenas 2 meses, seus pais se mudaram da cidade de Irecê para Guarulhos, São Paulo, cidade em que vivem até hoje. Eles chegaram no inverno na cidade de Guarulhos e não tinham roupas de frio. Dona Célia, com muita humildade, percorreu as ruas do bairro onde moravam pedindo peças de roupas para o filho.

Com um pouco mais de 1 ano de vida, nasce, Marcos, seu irmão. Até o irmão nascer, Dinho tinha um comportamento calmo e tranquilo. Com o nascimento do irmão, isso mudou. Ele passou a ser uma criança agitada, chamando constantemente a atenção dois pais.

No momento em que nasce o seu irmão e acontece a mudança de comportamento, ocorre o gatilho que determina essa característica da sua personalidade, não apenas quando criança, mas, de certa forma, pelo resto da sua vida.

Estudos mostram que a inclusão de membros no sistema familiar, especialmente a chegada de uma segunda criança, é caracterizada como um período de ajustamento, que pode ter implicações emocionais tanto para o primogênito quanto para seus pais. Dentre tantas as consequências desta chegada tem o aumento da procura de atenção materna pelo filho primogênito. Estatisticamente, existem mais problemas de ajustamento em relação de irmãos do mesmo sexo durante os primeiros dois anos do bebê. Podendo desencadear sentimentos de rivalidade. E crianças em idade pré-escolar apresentam maiores dificuldades para adaptar-se ao nascimento de um irmão.

Dinho levou esse mesmo comportamento, agitado e hiperativo, para a escola, quando era constantemente chamado a atenção ou tomava advertência. Os pais de Dinho frequentemente eram chamados à escola para conversar sobre o comportamento dele. Dinho fala sobre o seu comportamento na escola:

"Fui expulso da escola no segundo colegial, de tanto bagunçar."

Desde os 3 anos Dinho já mostrava que tinha jeito para ser artista, sua mãe lembra que ele ficava em frente ao espelho cantando músicas evangélicas fingindo que a escova de cabelo era o microfone. Aos 4 ele foi levado à igreja evangélica pelo seu avo materno para cantar no coral. Lá ele começou a se destacar e mostrar o seu talento, sendo considerado a grande atração do coral. Dinho gostava tanto de cantar que num certo dia chamou toda a família para comunicá-los que seria cantor.

Muito curioso e entusiasmado com o tio tocando violão, pediu para ensiná-lo a tocar. Dinho pegou o básico e daí pra frente foi aprendendo sozinho, pela força de vontade de aprender.

Dinho foi ficando mais velho e cada dia o sonho de ser artista era mais forte e seu caminho era trilhado para que se tornasse artista.

Antes dos 17 anos, Dinho foi eleito Garoto Verão de Guarulhos e, vendo que seu futuro estava mesmo ligado as artes, Dinho completou o segundo ano do segundo grau e, então, decidiu largar os estudos.

Dinho não foi muito bem nos empregos que tentou. Dinho teve seus três primeiros empregos em um ano. No primeiro deles, não durou nem um mês. Dinho diz:

"Foi como office boy interno de uma empresa de Guarulhos. Tinha 14 anos. Aloprava todo mundo, ficava contando piada o tempo todo. Perdi o emprego por causa disso."

Depois foi trabalhar como auxiliar de escritório.

"Pedi a conta e fui trabalhar como ajudante geral. Meu chefe era português. O 'Vira-Vira' foi uma vingança".

Esses insucessos nos empregos eram, no fundo, a vontade maior de ser artista.

Dinho frequentava a escola dominical da igreja. Ele gostava de jogar futebol e era bom jogando. Era torcedor apaixonado do Corinthians.

Dinho aprendeu a dirigir aos 12 anos e andar de moto aos 13. Ele adorava andar de moto e fazer manobras com a moto, como empinar a moto.

A irmã de Dinho, Grace Alves, fala que ele normalmente estava de bom humor e de bem com a vida. A não ser se não o deixassem dormir. Ele gostava de dormir bastante e acordar tarde. E quem o conhecia falava que ele não era muito pontual nos compromissos.

Dinho foi parando de ir à Igreja aos 13 anos, e uma das razões disso foi a morte do seu professor de canto da igreja. Ele ficou muito abalado. Dinho saiu da igreja, mas nunca deixou a religião de lado. Ele agradecia a Deus todos os dias pelo sucesso atingido e a cada show, durante o momento em que a banda fazia uma pausa, Dinho e todos os integrantes da banda, agradeciam a Deus, em silêncio, por tudo que vinham conquistando.

A mãe lembra que na passagem do ano de 1995, Dinho cumprimentou a todos que estavam na festa, afastou-se e por mais de 40 minutos e, com as mãos erguidas, em oração, agradeceu pelo sucesso.

Dinho tinha uma preocupação com seus fãs durante o show, pois a maior parte do público era composta por crianças e adolescentes. Qualquer sinal de briga ou confusão durante o show ele parava a música imediatamente.

Não pense que Dinho era brincalhão só nos palcos e diante de uma câmera, ele era assim desde pequeno.

A irmã mais nova, Grace, conta que ele era muito brincalhão. E que a vida dele é era brincar. Sendo assim até dentro de casa.

São diversas as histórias de brincadeiras que ele fazia, como quando foi dar carona a irmã de capacete e dirigindo um carro e esse carro morre no topo de uma subida de ladeira e todos se no engarrafamento se perguntando porque aquele louco estava de capacete num carro. Ou quando chamava a mãe de Muttley na frente dos amigos por ter a risada igual. Ou, também, quando foi buscar a mãe de moto na igreja e dizia para a mãe que iria empinar a moto e que iria correr muito. Ou ainda, quando ele passava pela mãe, pegava na bunda dela e dizia que a velha estava inteira e que iria beijá-la.

Dinho tinha uma mágoa e ressentimento guardados por muita gente ter duvidado do seu sucesso e não terem o ajudado em início de carreira. Esse sentimento era mais forte para os governantes da cidade de Guarulhos. Tanto que ficou famoso o seu discurso no ginásio do Thomeuzão, em Guarulhos, o qual ele falava da luta que eles tiveram em obter espaço, projeção, e receber o cachê pelo seu trabalho. No início da carreira eles tentaram fazer um show no ginásio, mas os governantes na época negaram e ainda caçoaram deles.

Esse discurso até hoje serve de motivação para muita gente continuar e batalhar por seus sonhos.

Dinho tinha uma ligação forte com sua família, a sua irmã, Grace Alves, estava grávida na época do acidente fatal de Dinho. Ela lembra que Dinho ficou bem bravo dela ficar grávida aos 17 anos.

Na verdade o cantor tinha a preocupação de como a irmã iria lidar com os desafios de ter um filho, ainda adolescente.

Por incrível que pareça, ele usava momentos vividos em trechos de música, como na música Jumento Celestino, em que ele estava no carro e pegando uma avenida de Guarulhos e atravessa o farol vermelho.

"Descendo com o jumento na mó vula. Ultrapassei farol vermelho e dei de frente com uma mula."

Nos últimos dias do Dinho o bom humor e alto astral já não eram tão frequentes assim. O ritmo de trabalho pesado por vários meses, com 8 shows por semana, aparições na TV e viagens constantes, o deixou cansado e um pouco mais irritado. Ele já não conseguia dormir tanto quanto gostaria e de aproveitar o dia a dia com a família e os amigos.

Dinho e os outros integrantes do Mamonas Assassinas sofreram o acidente fatal no dia 2 de março de 1996, voltando do que seria o último show da turnê, e acabou sendo o último show de suas vidas. A carreira meteórica e iluminada desses rapazes entrou para a história da música brasileira. Foi um fenômeno intenso e alegre. E o Dinho era a maior representação dessa intensidade e alegria.

A personalidade de Dinho foi fundamental para o sucesso do Mamonas Assassinas. Ele soube como unir o público com sua música e energia, e deixou um legado inesquecível na música brasileira.

Dinho falava que a pessoa pra ter sucesso tinha que ter talento, boa vontade e sorte.