Como era a personalidade do Kurt Cobain

Cobain era um artista extremamente talentoso, porém muito frágil e desde criança tinha uma depressão patológica.

Veja abaixo o vídeo sobre a Personalidade do Kurt Cobain no nosso canal do YouTube. ⤵️

Ninguém imagina que um menininho da pequena cidade de Aberdeen (Washington), uma cidade de um pouco mais de 15000 habitantes, se tornaria ícone rock de uma geração, levando a adoração de milhares de fãs.

E o que é também inimaginável é como alguém tão jovem, com 27 anos, cheio de vida pela frente, com muito dinheiro e sucesso, pode ter o fim trágico que ele teve.

Kurt_criança

Infância

Kurt Cobain nasceu no dia 20 de fevereiro de 1967, e desde os seus dois anos de idade ele mostrava o seu talento se expressando através de pinturas e músicas.

Todos na família consideravam que ele teria um grande futuro. Ele era um menino tímido, mas que fazia desenhos alegres e não se separava de seu violão de brinquedo. Kurt mostrava-se cuidadoso e protetor, principalmente com sua irmã caçula, Kimberly, mas que durante a sua vida ele manifestava a mesma necessidade de se sentir cuidado e protegido.

Ele se apresentava com uma criança feliz, e com a vida que ele vivia, realmente tinha tudo para ser um adulto feliz. Mas as coisas nem sempre saem como o esperado. Aos sete anos de idade, essa família que ele tanto amava, acabou. As brigas, o divórcio dos pais e a falta de apoio psicológico e financeiro marcaram a sua personalidade.

Além disso, ele foi diagnosticado na infância com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, e que, apesar desse diagnóstico, a sua mãe apenas o tratava com medicamentos.

Esse conjunto de fatores foi o estopim para o início da sua personalidade autodestrutiva.

A adolescência

Quando tinha 14 anos Kurt ganhou a sua primeira guitarra. E não demorou muito para que começasse a tocar e fazer as suas primeiras canções.

Kurt_adolescente

Sua depressão aguda também pode ser identificada na adolescência quando ele quis perder a virgindade com uma menina na escola obesa e seus amigos ficaram sabendo, Kurt não suportava ser humilhado e isso o deixou deprimido. Ele conta o seguinte:

“Não podia suportar bancar o ridículo. Droguei-me, embriaguei-me e fui caminhando até a linha do trem, esperando ser destroçado”.

Nessa época ele tinha poucos amigos e vivia normalmente isolado ouvindo músicas, tocando guitarra, pintando ou fumando maconha.

Fase adulta

Charles_Camilla

Já na fase adulta, Kurt sofria de fortes dores de estômago que nunca conseguiu um diagnóstico. Esse fato tem um relato à revista Rolling Stones do qual ele fala o seguinte:

"Tenho uma dor crônica incurável no estômago, e durante cinco anos quis tirar minha vida todos os dias. Estive a ponto de fazê-lo várias vezes. Chegou um ponto em que eu estava numa turnê, jogado no chão, vomitando ar porque não conseguia nem ingerir água. Saía para cantar e depois vomitava sangue. Isso não era vida, então decidi me automedicar".

Ou seja, para combater um problema que poderia ser psicossomático, ele usou a heroína. O uso das drogas começou mesmo antes de ter sua filha, Frances, em 1992. Krist Novoselic, baixista do Nirvana e amigo de juventude, reconhece que “as drogas eram parte da equação”. Além disso, um parente próximo revelou que Kurt sofria de transtorno bipolar.

Como muitos outros artista, a sua depressão profunda servia de munição para compor seus sucessos, como é o caso de "Something In The Way":

Um acontecimento que ficou marcado foi quando o Nirvana veio ao Brasil para shows em São Paulo e no Rio de Janeiro, esses shows, mais especificamente o de São Paulo, ficaram conhecidos como o pior show da carreira deles. O que ficou marcado nesses shows é que estava nítido na fisionomia de Kurt Cobain que ele não queria estar ali, que aquele processo de fazer um show para milhares de pessoas soava para ele pouco natural, ele se sentia um fantoche da indústria musical e essa motivação quase nula transparecia a cada momento durante a apresentação.

Isso fica claro no relato de João Gordo, da banda Ratos de Porão. João diz que o que ficou marcado para ele no contato com o Kurt nas seguintes palavras:

“Ele era muito depressivo e não sorria em nenhum momento. Durante todo o tempo ele usou uma camiseta em que estava escrito à mão com caneta: "I hate myself and I want to die" (eu me odeio e quero morrer). Ele não tinha vontade de viver, era muito triste, só queria saber de heroína”

O sucesso repentino de Nevermind o levou a se reservar. as acusações de que o Nirvana havia matado o punk e que eles eram uns “vendidos” o deixaram mais para baixo.

A pressão pelo nível que o Nirvana atingiu levou aos integrantes da banda ao consumo cada vez maior o consumo de droga.

A sensação de ter se tornado uma mercadoria foi uma grande decepção para Kurt.

Os últimos momentos

Os últimos meses de vida de Kurt Cobain foram conturbados. Ele vinha deixando sinais de que seu final de vida estava próximo. O seu relacionamento com outros integrantes da banda e com sua esposa, Courtney Love, estava muito ruim. Kurt estava numa pausa dos shows pois estava doente, e poucos dias após o início da pausa ele foi encontrado desacordado e com ele uma carta. Ele havia tomado bebida alcoólica e vários comprimidos para insônia. Essa pode ter sido a sua primeira tentativa de suicídio.

Charles_irmão

Durante um período para que ele se recuperasse, a sua esposa e familiares pediram para que ele se tratasse, mas não deu resultado. Kurt teve uma overdose.

Depois de aceitar ele fugiu de uma clínica de reabilitação após 3 dias de internado, Kurt foi para sua cidade, Seattle. A família e os amigos estavam tentando achá-lo, mas sem sucesso.

Inconscientemente, Cobain pediu ajuda ao ligar para o amigo, Mark Lanegan, na época vocalista da banda Screaming Trees no dia 5 de abril de 1994, dia de sua morte. Kurt ligou para o amigo pelo menos 3 vezes, e a primeira mensagem salva na secretária eletrônica dizia o seguinte:

“Ei, cara. É o Kurt. Estou de volta à cidade. O que você está fazendo? Chega mais, vem escutar discos comigo”.

Infelizmente Mark não atendeu a ligação e nem foi ao encontro de Cobain, pois não tinha dinheiro para comprar as drogas que eles provavelmente iriam usar.

Essa foi a última vez que se tem registro de que alguém falou com ele. Três dias após os telefonemas o corpo de Kurt Cobain foi encontrado.

Mas, o que se pode tirar dessa ligação era que Kurt estava provavelmente sofrendo, ele precisava da ajuda de alguém, mas não sabia como pedir essa ajuda, não aprendeu a pedir essa ajuda.

Normalmente o suicídio ocorre em momentos de impulsividade e que se, a pessoa recebe um apoio nesse instante para que não tome a ação, ele pode ser evitado. Mas não foi o caso de Cobain.

Pouco depois de sua morte foi achada uma carta na qual o fim dela dizia o seguinte:

Eu sou um bebê errático e triste! Eu não tenho mais a paixão, e por isso lembre-se, é melhor queimar de vez do que se apagar aos poucos.
Paz, amor, empatia.
Kort Cobain