Leonardo Da Vinci foi um dos maiores pintores de todos os tempos e, provavelmente, a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido. Com invenções e descobertas que impressionam pela época em que foram criadas.
Os críticos o classificavam como um homem de profundidade e talentos diversos sem precedentes, sua mente e personalidade pareciam sobre-humanos. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e sua capacidade de fazer múltiplas coisas era realmente impressionante. Ele era cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, urbanista, mecânico, cartográfico, hidráulico, botânico, poeta e músico, e ainda foi conhecido como o percursor da aviação e da balística. Por este motivo, Leonardo era a representação ideal do homem renascentista.
Leonardo costumava dizer que a ciência e a arte eram uma coisa só. E de certa forma ele estava certo, pois estudos recentes mostram que quando um cientista está criando algo ele usa a mesma região do cérebro de um artista que compõe uma música ou cria um quadro.
Desde cedo revelou a ânsia de desenhar e desenhar, e o afã de observação e experimentação que o acompanhou ao longo de toda a sua vida.
Ele nunca parou de questionar questões que a maioria de nós tomaria como certas. Sua busca pelo conhecimento tornou-se sua forma de viver e ser. Apesar de sua falta de educação clássica, ele sempre recuperou a resposta para suas perguntas por meio da experimentação.
Leonardo era uma pessoa muito animada e atraente. Além de sua bela aparência, sua personalidade extrovertida e generosa lhe trouxe muitos amigos e seguidores. Tocava alegremente a sua lira e outros instrumentos musicais, e com seu canto e talento fazia versos espontaneamente, o que o tornava uma companhia agradável. Ele se envolveu em discussões, levantando questões e tópicos peculiares para encontrar respostas para suas perguntas e absorver novas informações de seus encontros, e conseguindo concentrar todos os seus poderes em sua busca por conhecimento, não importando sua forma. Com a sua experiência aumentando com a idade, ele se transformou numa fonte de informação.
Sua mente não parava, as novas ideias entravam na sua cabeça com tanta força que ele não concluía o trabalho anterior. E ele era também perfeccionista e extremamente exigente com suas produções. Por estes motivos, suas produções foram surpreendentemente pequenas, e fez com que muitas de suas pinturas ficassem inacabadas. Mesmo que a pintura estivesse teoricamente acabada, ele acreditava que sempre havia coisas novas a descobrir em uma pintura e não hesitava em colocar em prática essas ideias.
Gostava mais de compor do que de executar suas ideias, preferindo a fase de concepção; é provavelmente por isso que ele nunca publicou nenhuma de suas investigações aprofundadas.
Uma prova da tempestade de ideias que surgiam na sua cabeça são seus esboços exibindo questões diferentes e diversas uma ao lado da outra.
Uma prova de ser perfeccionista é que, antes da sua morte, Leonardo escreveu:
“Eu ofendi Deus e a Humanidade porque a minha obra não alcançou a qualidade que deveria.”
Ao todo, Da Vinci deixou por volta de 30 obras, entre acabadas e inacabadas, mas um dos maiores legados são seus esboços, desenhos, escritos e projetos das ideias que surgiam das suas duas maiores características: a curiosidade insaciável e sua criatividade e inventividade quase que ilimitada.
Com a sua curiosidade sempre aguçada, ele foi o primeiro a compreender o funcionamento do nervo olfativo, identificando-o como um nervo craniano.
Leonardo da Vinci concebeu engenhocas movidas a corda que são consideradas precursoras dos robôs. Uma das mais inventivas era um leão mecânico que dava vários passos e abria automaticamente o peito, exibindo flores. Os movimentos eram garantidos por engrenagens e a sequência era dada mediante uma programação analógica.
Leonardo desenvolveu uma nova atitude única em relação às máquinas. Ele raciocinou que, ao entender como cada parte separada da máquina funcionava, ele poderia modificá-las e combiná-las de maneiras diferentes para melhorar as máquinas existentes ou criar invenções nunca antes vistas. (water-wheel)
Daí que o mestre tenha desenhado planos ambiciosos para uma cidade organizado de forma metódica, projetada do zero para ter saneamento e ter melhor qualidade de vida do que qualquer cidade da sua época. A “cidade ideal” de Da Vinci foi dividida em vários níveis, com uma rede de canais subterrâneos para uma rápida eliminação do lixo e com água distribuída através de edifícios, usando um sistema hidráulico que é semelhante ao sistema de canos modernos.
A metralhadora de Da Vinci, ou “órgão de 33 canos”, não era uma metralhadora no sentido moderno. Não podia disparar várias balas rapidamente de um único cano. Poderia, no entanto, atirar tiros com intervalos rápidos. Da Vinci propôs a montagem de 11 mosquetes lado a lado, numa placa retangular, unindo depois três dessas placas num arranjo triangular.
Da Vinci era fascinado por pássaros. Observou-os, desenhou-os e tirou deles ideias para as suas invenções. Uma dessas ideias foi o ornitóptero, um dispositivo concebido e que, teoricamente, iria permitir que os seres humanos voassem no ar como pássaros. Enquanto o pára-quedas de Da Vinci iria permitir que um ser humano saltasse de um penhasco sem se magoar, o ornitóptero era na verdade uma maneira das pessoas voarem. As suas asas são projetadas para fazerem o típico movimento dos pássaros enquanto o piloto gira uma manivela. Da Vinci já percebia como poucos de aerodinâmica e as tentativas modernas de reproduzir o modelo mostram que ele poderia mesmo ter voado na altura.
Da Vinci era fascinado pelo voo humano e concebeu um paraquedas como forma das pessoas flutuarem pelo ar, após uma queda. A sua estrutura em forma de pirâmide era coberta por um pano e permitiria que um homem “se atirasse de qualquer altura sem sofrer nenhum dano”. As tentativas já no século XXI para construir o modelo sugerem que ele teria funcionado praticamente como descrito por Da Vinci.
Como uma invenção, o rolamento de esferas não parece impressionante, mas grande parte da tecnologia moderna depende de rolamentos de esferas que possibilitam que os eixos de transmissão girem – algo que permite que os dispositivos mecânicos em geral operem. A ideia já tinha sido iniciado no Império Romano, mas muitos historiadores acreditam que os cadernos de Da Vinci contêm os primeiros desenhos práticos da forma como funcionamento este rolamentos.
Leonardo di Ser Piero da Vinci", que significa "Leonardo, (filho) de (Mess)ser Piero de Vinci. nasceu em Anchiano, uma pequena aldeia toscana perto de Vinci e próxima a Florença, na Itália, no dia 15 de abril de 1452. Filho ilegítimo do tabelião florentino, Messer Piero, e da jovem camponesa, Catarina. seu pai se recusou a dar ao filho o seu nome, o que veio tornar famosa a aldeia de Vinci. Embora Leonardo fosse ilegítimo, ele foi aceito na casa de seu pai e criado lá.
Ter nascido fora do casamento o ajudou de certa forma, pois, se tivesse numa família tradicional da época, os costumes o obrigariam a seguir sua família em sua tradição notarial, que remontava a várias gerações, desde o tataravô de Leonardo.
Leonardo foi criado feliz entre duas casas, com ambas as famílias compartilhando sua criação. Quando não estava com a mãe e o padrasto, Leonardo passava um tempo na casa da família do pai. Ele tinha um relacionamento muito bom com os avós paternos; seu tio Francesco, quinze anos mais velho, cuidou dele como se fosse seu próprio filho.
Depois da morte de sua madrasta, seu pai o leva para morar com ele em Florença cuidando dele e garantindo que recebesse uma educação.
Leonardo não recebeu educação formal além de leitura, escrita e matemática básicas, mas seu pai apreciava seu talento artístico. Seu pai forneceu educação, primeiro encontrando-lhe um professor e depois matriculando-o em uma escola técnica. Durante seus anos de escola técnica, ele aprendeu um pouco de matemática e geometria básicas, que mais tarde o ajudaram em suas explorações em mecânica e em sua série de invenções. Leonardo também era canhoto e escrevia da direita para a esquerda, invertendo a direção de suas letras no que às vezes é chamado de escrita espelhada. Não se sabe ao certo da razão dele escrever assim, muitos dizem que era para criptografar seus documentos e dificultar a compreensão. Outros dizem que era somente questão de mais conforto na hora de escrever, pois escrevendo assim a mão não cobriria as palavras enquanto escrevia.
Vendo sua capacidade intelectual e talento artístico precoces, seu pai decide o enviar para ser aprendiz do pintor e escultor florentino, e amplamente conhecido na região, Andrea Del Verrocchio.
Lá, além de assimilar muitas ferramentas para sua arte, Leonardo se sentiu acolhido pelos colegas. Seu exigente programa de ensino incluía o estudo de várias superfícies de pintura, princípios de engenharia, técnicas de design e imagens tridimensionais de tecidos. Demonstrou grande habilidade para manejar padrões tridimensionais sobre uma superfície bidimensional, e conseguiu desenvolver seus conhecimentos de engenharia ao presenciar a produção das grandes esculturas que o ateliê empreendeu durante sua passagem por lá.
Um dos primeiros trabalhos de Leonardo foi uma participação no quadro “o batismo de cristo”, Essa pintura retrata São João Batista durante o batismo do Senhor Jesus Cristo de acordo com os Evangelhos de Lucas, Marcos e Mateus; dois anjos do lado esquerdo da pintura completam as quatro figuras da obra. A participação de Leonardo foi a pintura de um anjo segurando algumas peças de roupas, mais a esquerda. A maior parte do quadro foi pintada pelo seu mestre, Verrocchio. Mesmo tão jovem, a qualidade técnica do seu trabalho era de longe muito melhor que a parte feita pelo seu mestre.
A diferença de qualidade da pintura do mestre para o pupilo foi tão grande que, acredita-se que Verrocchio depois de um tempo abandonou a pintura.
Apesar de mostrar que tinha uma técnica única, Leonardo ainda vivia sobre o teto de Verrocchio e seu ateliê, devido a isso seus primeiros trabalhos tinham uma influência de seu mestre, onde pode se destacar os quadros, “A Anunciação” junto com seu metre e, “A Madona do Cravo”, considerado o seu primeiro trabalho independente.
Um dos primeiros quadros atribuídos a Leonardo em que ele mostra sua independência e referência é o quadro, O Retrato de, Ginevra de' Benci (feita entre 1475 e 1478). Esse quadro é considerado um precedente da Monalisa.
Em 1477, aos 24 anos, abriu o seu próprio ateliê. Essa decisão foi um fracasso comercial, já que, nos cinco anos de funcionamento de seu ateliê, ele recebeu apenas três encomendas e deixou todas incompletas.
Nesse meio tempo, Verrocchio introduz Leonardo na corte Lourenço, o Magnífico. Lourenço era soberano da cidade, da família dos Médici, sendo extremamente culto, um humanista que amava se cercar de artistas, pintores e intelectuais. Leonardo se tornou consultor militar e de engenharia de Lourenço e logo foi representar Florença em Milão, considerada a capital mundial das artes e cultura. Em Milão, Leonardo percebe que o estilo da cidade, com alta produtividade e abertura mental para as inovações tecnológicas e científicas.
Aos 30 anos, e com o insucesso de seu ateliê, Leonardo se deu conta de que era o momento de mudanças e decidiu ir morar em Milão. A cidade apresentava o ambiente perfeito para ele, pois o duque governante, Ludovico Sforza, convidava homens de letras e artistas em sua corte e gastava muito dinheiro em eventos culturais e festas. Já em Milão, Leonardo oferece seus serviços para Ludovico numa extensa carta em que ele descreve suas qualidades como engenheiro, design militar e artista.
Leonardo foi aceito para trabalhar como criador de enormes cenas teatrais para várias festividades artísticas. Essa ocupação explorou muitas das habilidades de Leonardo, como a construção e sua habilidade em criar cenas inteligentes e cenários estranhos.
Um ano após se mudar para Milão Leonardo começa a trabalhar na pintura de “A Virgem dos Rochedos”. Existem dois quadros, A virgem dos Rochedos. Um, pintado de 1483 a 1486 e que atualmente se encontra no Louvre, Paris. E outra versão, pintado de 1495 a 1508, que fica no National Gallery (Londres). Esse quadro foi um dos primeiros trabalhos onde Leonardo Da Vinci emprega a técnica de chiaroscuro, efeito que consiste em contrastes entre luz e sombra, e foi muito presente em suas obras.
Na criação de cenários, Leonardo fez projetos e mecanismos para muitas variedades de máquinas voadoras; criando construções que sobrevoavam a cena diante dos olhos do público. Esses estudos se tornariam os precursores de pesquisas científicas mais profundas nos anos posteriores.
Aí que podemos falar sobre umas das paixões e fascínios de Leonardo: voar. Ele era realmente empolgado com a possibilidade de as pessoas voarem pelos céus como pássaros. Uma de suas invenções mais famosas, a máquina voadora, também conhecida como 'ornitóptero', que era um equipamento para fazer as pessoas voarem. As suas asas são projetadas para fazerem o típico movimento dos pássaros enquanto o piloto gira uma manivela. Da Vinci já percebia como poucos de aerodinâmica e as tentativas modernas de reproduzir o modelo mostram que ele poderia mesmo ter voado na altura.
Outro equipamento com relação ao voo é o paraquedas de Da Vinci. É uma forma das pessoas flutuarem pelo ar, após uma queda. A sua estrutura em forma de pirâmide era coberta por um pano e permitiria que um homem “se atirasse de qualquer altura sem sofrer nenhum dano”. As tentativas para construir o modelo sugerem que ele teria funcionado praticamente como descrito por Leonardo.
Leonardo também criou uma terceira máquina voadora que era chamada de, parafuso helicoidal aéreo. Frágil e rudimentar, a estrutura seria feita de madeira, tecido engomado e arames, e o mecanismo operado por uma equipe de quatro passageiros. Em 2021, algo parecido com o que Leonardo sonhou foi utilizado em Marte pela Nasa. Ele já fez dois breves voos de sucesso neste planeta.
Os acadêmicos acreditam que ele estabeleceu as bases para o desenvolvimento da aviação. Sendo o primeiro a conceber um dispositivo modelado a partir de pássaros ou morcegos, que se repetiu repetidamente nos quatro séculos seguintes.
Voltando ao seu período de trabalho com Ludovico Sforza, lá Leonardo também se destacou na música, sendo músico na corte dos Sforza, nessa época já dominava com perfeição a lira e o alaúde. Ele introduziu seus próprios instrumentos musicais, encantando a corte de Milão. Inclusive, Leonardo presenteou Ludovico com uma lira de prata que ele mesmo havia desenhado em forma de cabeça de cavalo, conseguindo uma musicalidade e ressonância perfeitas. Leonardo também criou projetos de instrumentos como a, “viola organista”, instrumento que foi construído por um pianista recentemente. Ele também tentou melhorar os instrumentos musicais criando mecanismos que pudessem melhorar sua qualidade tonal.
Outro instrumento inovado foi o órgão de tubos de papel, com fole duplo e contínuo e teclado vertical. Ele representa uma revolução conceitual de enorme peso em sua época, antecipando em três séculos o acordeom moderno.
Aliado ao seu talento para a oratória e para o canto, conseguia cativar a atenção das pessoas com improvisações que frequentemente era convidado a partilhar com a corte.
Seus talentos o tornavam um bom comediante, pois interpretações e narrativas apressadas eram uma forma de entretenimento muito difundida. Ele era, portanto, muito valorizado por sua posição e ocupação, assim como todos os produtores, e, entretanto, conquistaria a todos com seu caráter gracioso e agradável.
Em seu período em Milão Leonardo Além de terminar várias obras encomendadas, Leonardo amplia o trabalho como arquiteto, na engenharia militar, nas máquinas de vôo e de guerra.
Em 1487, Leonardo inicia seus estudos e trabalho de anatomia. Ele teve importantes descobertas na área da saúde, impressionantes para a época em que viveu. Ele era um dissecador curioso e fazia desenhos extremamente detalhados da anatomia humana. Ele era fascinado pela anatomia humana e passava longas horas dissecando cadáveres para descobrir como é que o corpo humano funcionava.
Especialistas reconhecem que os desenhos anatômicos de Leonardo da Vinci como pioneiros a demonstrarem com grande precisão a estrutura e o funcionamento do coração humano. E algumas das conclusões de Da Vinci foram tão avançadas que, só hoje em dia, com o advento da tecnologia de diagnósticos, é que é possível interpretá-las. E, na maior parte das vezes, a análise de Leonardo da Vinci continua a fazer sentido de acordo com o entendimento moderno de fisiologia e função cardíaca.
Leonardo realizou autópsias em pelo menos trinta corpos ao longo de toda a sua vida e escreveu milhares de palavras sobre a anatomia do corpo humano e dos animais.
Em 1490, Leonardo faz o Homem Vitruviano. Essa obra é a resposta de um desafio proposto pelo arquiteto e engenheiro militar romano, Marco Vitrúvio, em 1414. Vitrúvio dizia que como o objeto mais perfeito da natureza é o homem, um edifício perfeito deve ter as proporções do corpo humano.
O desafio proposto por Vitrúvio era que se desenhasse a figura de um homem dentro de um círculo de forma que seu centro fosse o umbigo do homem e os braços deveriam estar estendidos e os dedos de suas mãos e pés deveriam tocar a circunferência e essa figura deveria se encaixar perfeitamente dentro de um quadrado. Pois o círculo e o quadrado eram as formas mais perfeitas.
Muitos tentaram esse desafio, mas sem sucesso. Leonardo teve a sacada de deslizar o quadrado para baixo e o resultado entrou para história.
De 1495 a 1497, Leonardo realiza sua mais famosa pintura mura, “A Última Ceia”, para o Refeitório da igreja di Santa Maria delle Grazie, em Milão. Para fazer essa obra Leonardo leu o evangelho e pesquisou o comportamento de cada um dos apóstolos para fazer esta pintura, e ela retrata o momento depois de Jesus dizer que um dos apóstolos iria o trair e a expressão emotiva na linguagem corporal de cada apóstolo influenciou gerações de pintores.
Devido a insatisfação de Leonardo com a corte dos Sforza, que se recusava a compensá-lo pelo seu trabalho, e devido a invasão Francesa a Milão, e que levou a destruição da sua escultura, o Cavalo de Leonardo, que foi projetado para atingir quase oito metros de altura e pesar setenta toneladas, tornou-se mais uma das obras inacabadas do artista. Este monumento equestre foi um dos projetos que se propôs a realizar quando pela primeira vez solicitou trabalho ao duque Ludovico; destinado a ser fundido em bronze, o desenho do cavalo e do cavaleiro foi imaginado como um monumento ao pai do duque, Francesco Sforza, e ultrapassaria os três metros e meio de altura de monumentos semelhantes existentes.
Leonardo estudou exaustivamente a anatomia do cavalo, e passou muito tempo traduzindo isso para o desenho da escultura, bem como decifrando as composições e misturas certas de materiais para alcançar os melhores resultados possíveis. Ele também estudou outras estátuas semelhantes e ficou encantado com a sensação de movimento que elas dariam. Ele demorou 17 desde a concepção até o momento em que foi destruída, em 1499, antes de ser levada a colocação do bronze. O molde completo foi em si um experimento pioneiro, pois foi construído como uma peça única; até então, os moldes eram elaborados em várias peças que depois eram desmontadas.
Com isso, Leonardo volta para Florença, onde teve um de seus períodos mais produtivos. Um ano depois de seu retorno, Leonardo foi contratado para pintar um enorme mural, o Batalha de Anghiari, no Palazzo della Signoria. Ele trabalhou nessa pintura nos três anos seguintes, enquanto também fazia mapas para o governo florentino e iniciava a Mona Lisa, bem como uma pintura de Leda e o Cisne.
Com o início da pintura de Monalisa surge também uma amostra da sua habilidade e inventividade em que ele cria suas próprias técnicas, como a conhecida técnica 'sfumato', que encantou o mundo inteiro por sua contribuição para o sorriso mais misterioso e o quadro mais famoso da história da arte. As raízes da palavra vêm do italiano fumo, que significa 'fumaça', e significa um conceito de difusão de cores suaves e imprecisão de contornos. O próprio Leonardo descreveu a técnica do sfumato como sendo “sem linhas ou bordas, na forma de fumaça ou além do plano da imagem”.
Já por volta dos 50 anos, Leonardo era um homem rico e podia sustentar os seguidores e seus alunos. Um dos seguidores foi, Gian Giacomo Caprotti da Oreno, mais conhecido pelo apelido que Leonardo lhe deu: Salaì, ou diabinho. Foi um nome que ficaria com ele por toda a vida; ele até criou suas pinturas sob o nome de Andrea Salaì. Ele foi assistente, companheiro, aluno e, em algum momento, amante de Leonardo. Eles passaram 30 anos juntos e, quando Leonardo morreu, ele se lembrou de Salaì em seu testamento por seus 'bons e gentis serviços'.
Já em 1505, outro aprendiz junta-se ao ateliê de Leonardo. Francesco Melzi passou a ser uma espécie de “secretário particular”, para o mestre e, a partir disso, os dois desenvolveram uma certa proximidade.
A orientação sexual de Leonardo ainda é debatida por pesquisadores, portando ainda não é consenso de que ele era homossexual, mas os maiores indícios são de que sim.
Em um período, Leonardo ficou entre a cidade de Florença e Milão. Entre idas e vindas ele parou em Mântua, onde a marquesa Isabella d'Este pediu que ele pintasse seu retrato. Isso resultou no famoso esboço de um retrato que nunca foi pintado. Mas é considerado um dos melhores retratos feitos por Leonardo. Mas o mais famoso é o Retrato de Turim.
Durante sua estada em Florença, foram muito criativas: dissecou o corpo de um morto, experimentou uma de suas máquinas voadoras e suas invenções de mergulho, e seus cadernos estavam repletos de estudos de geologia, notas referentes à perspectiva, a anatomia e a arquitetura.
Mas em 1506 ele volta em definitivo a Milão e lá permaneceu pelos próximos sete anos, desfrutando do patrocínio de Charles d'Amboise, o governador francês de Milão, procurou inicialmente fazer o trabalho de mecânico e de pesquisador junto com o de pintor. Este foi um período em que Leonardo mergulhou fortemente em atividades científicas, que incluíam estudos anatômicos, matemáticos, mecânicos e botânicos, bem como a criação de sua famosa máquina voadora. Projetou a construção de uma ponte e um projeto para criar uma via navegável para ligar Milão ao Lago Como. Ele também desenvolveu armas militares eficientes, como um dos primeiros exemplos da metralhadora e sua famosa besta grande. Ele não hesitou em comparar o corpo humano com a terra e suas funções e afirmou que as emoções como o som e a luz são transmitidas por ondas.
Em 1512, os franceses começaram a perder o controle de Milão. Leonardo decidiu evitar essa turbulência política encontrando abrigo em Roma sob a proteção de seu novo patrono, Giuliano de' Medici. Nesse período ele fez raras descobertas botânicas da área e estudou superfícies prismáticas.
De 1513 e 1516 ele pintou “São João Batista”. Esta é outra pintura que ele manteria em sua posse até o fim de sua vida, corrigindo-a e adicionando retoques até sua morte.
No dia da Ascensão de 1517, encontra-se em Amboise e vive no Castelo de Cloux. Tem o braço direito paralisado. Faz o seu autorretrato com barba comprida e olhos cansados. Deixa os seus manuscritos, milhares de páginas, a seu discípulo Melzi. Deixa ao mundo um universo de transparências, doçuras e harmonias
O rei francês Francisco I encomendou uma grande obra a Leonardo: projetar e construir a cidade de Romorantin a partir do zero e fazer desta pequena cidade a nova capital de um florescente reino francês. Em 1517, em visita à cidade, eles projetaram o palácio, e Leonardo começou a trabalhar em suas excepcionais ideias arquitetônicas. Ele projetou um palácio de três andares com quartos espaçosos o suficiente para receber toda a corte e receber grandes apresentações teatrais. Sua obsessão pela água encontrou uma passagem e enriqueceu sua imaginação, levando a projetos de sistemas de irrigação, bem como o desvio do rio que flui para Romorantin, lagos, fontes e muito mais. O projeto da cidade de Leonardo é baseado em um conceito dinâmico de gerenciamento de fluxos de água, ar, energia e cognição humana. Ele projetou uma cidade ideal que estava séculos à frente de seu tempo.
Este plano era algo que a natureza não permitiu que Leonardo cumprisse devido à sua morte, e o rei construiria seu novo castelo no Château de Cloux. No entanto, por meio desse projeto, Leonardo pode ter mudado a forma das cidades modernas: ele queria uma cidade confortável e espaçosa, com ruas e arquitetura bem ordenadas e recomendava "muros altos e fortes" e locais aproveitando ao máximo os espaços internos e externos.
Leonardo morreu em Amboise em 2 de maio de 1519, apenas nove dias antes de redigir seu testamento. Ele estava muito doente e sabia que iria morrer, então queria proteger seus seguidores e sua propriedade. Morreu na presença do Rei e do seu patrono, cena que se tornou tema de muitos pintores. Francisco I recebeu seus últimos suspiros. O biógrafo Giorgio Vasari , que não estava presente, conta que Leonardo 'sorriu' para o cristianismo e para a santa estrada virtuosa no final de sua vida, e que se confessou algumas horas antes de morrer. Essa informação foi apontada por Vasari com o objetivo de apresentar um Leonardo mais piedoso. No entanto, o gênio considerava o conhecimento científico superior à crença religiosa. Leonardo foi enterrado no palácio real, mas a localização atual de seu descanso final permanece um mistério.
Ao longo de seu tempo como estudante, seu estilo de vida nômade, movendo-se entre diferentes cidades e cortes reais, e seu tempo acompanhado por sua tripulação, ele esteve constantemente cercado por pessoas criativas. Isso encorajou uma troca contínua de ideias e brainstorming sobre várias questões e, por sua vez, enfatizou ainda mais seu anseio pela perfeição.
Por ser uma representação do renascentismo, as pinturas de Leonardo possuíam características como: natureza e homem como centro das preocupações, perspectiva e proporcionalidade no intuito de produzir obras com rigor científico, representação das emoções do ser humano, racionalidade e idealização da harmonia e da beleza.