Princesa Diana era adorada não somente pelos seus súditos ingleses, mas pelo mundo todo. Sua personalidade carismática, simpática e espontânea trouxe a combinação perfeita para que se tornasse um dos maiores ícones da sua época. Essas características, aliadas à sua dedicação a causas sociais fez com que ela fosse apelidada de: “princesa do povo”. Diana era uma idealista real e forte.
Diana nasceu em Sandringham no condado de Norfolk, Inglaterra, no dia 1 de julho de 1961. Nascida com o nome de Diana Frances Spencer, ela era de família aristocrata. Seu pai era Edward John Spencer, oitavo conde Spencer, e sua mãe Frances Ruth Burke. Ela foi criada com duas irmãs e um irmão. Seu irmão mais novo, John, morreu pouco depois de seu nascimento, um ano antes de Diana nascer.
Mesmo quando criança, Diana era conhecida por sua compaixão, embora lhe faltasse autoconfiança.
Os pais de Diana discutiam frequentemente e se divorciaram quando ela tinha sete anos. A separação foi tumultuada, pois a mãe e o pai estavam numa a briga constante pela guarda dos filhos. Esse fato na sua história moldou a sua personalidade, tendo impacto significativo em seus comportamentos, pois Diana se culpava pelo divórcio. Diana descreveu sua infância como: muito instável e muito infeliz.
Em 1975 seu pai herdou o título de conde Spencer e depois disso Diana ficou conhecida como lady Diana.
Na escola, Diana não teve um bom desempenho. Ela participava ativamente de várias atividades extracurriculares como: balé, sapateado, natação, tênis, esqui e piano. Diana era tímida quando criança e adolescente, mas ela contornava esta característica fazendo essas atividades.
Em 1977 Diana conheceu o Principe Charles quando o príncipe namorava a sua irmã, Sarah, e o levou para visitar a família Spencer. Um pouco depois disso o namoro entre Charles e Sarah terminou e Sarah veio a se casar em 1980.
Antes de se tornar uma celebridade, ela havia demonstrado seu jeito carinhoso trabalhando como babá e como auxiliar de playground. Confirmando sua habilidade com crianças.
Em 1980 Charles se interessou por Diana e eles começaram a namorar, ficando noivos no início de 1981. Já em 29 de julho de 1981 ocorreu o megaevento que foi o casamento entre eles. Este casamento foi visto por 750 milhões de pessoas ao redor do mundo. E teve outros números exagerados como: 600.000 espectadores nas ruas para assistir à cerimônia, o vestido tinha uma cauda de quase 8 metros e foram carregados por carruagem e um custo estimado 48 milhões de dólares na época.
Olhando assim, parecia tudo um conto de fadas, mas, não era isso que estava acontecendo. O mundo achando que Diana era a mulher mais feliz do mundo, sendo que por dentro ela se corroía em desespero. Mais para a frente Diana relata que esse dia foi o pior dia da sua vida. Isso tudo porque Charles, no dia anterior ao casamento, disse a Diana que não a amava. Além disso, nesta data não se sabe ao certo se Charles e a sua atual esposa, Camilla Parker Bowles tinham algum envolvimento amoroso, mas o que é claro é que eles sempre tiveram algum tipo de relacionamento.
Charles e Camilla se conheceram em uma festa em 1965, Charles foi para a marinha e Camilla se casou. Mesmo casada ela foi a acompanhante de Charles numa viagem diplomática em 1980. Daí para a frente eles sempre tiveram algum tipo de relacionamento.
A infidelidade de Charles, relatada por Diana, foi o que a levou a ter seus próprios casos amorosos extraconjugais.
Diana demonstrava não estar bem emocionalmente nos anos que se seguem e um relato que demonstra isso é quando Diana caiu da escada em janeiro de 1982. Mais para a frente, em uma entrevista, Diana revela que na verdade ela se jogou da escada e na frente da rainha Elizabeth.
Em uma gravação Diana explicou como se jogou da escada:
"Eu me joguei escadas abaixo, pensando que eu tinha um bebê dentro de mim. A rainha vem, absolutamente aterrorizada, chocada, ela estava tão assustada. Eu sabia que não ia perder o bebê".
Ela revela também o que vinha sentindo e o quanto estava infeliz.
"Eu me detestava tanto. Eu achava que não era boa suficiente para Charles". "Meu marido me fez sentir inadequada de todas as formas possíveis e toda vez que eu tentava levantar para respirar, ele me empurrava de novo."
Essa não foi a primeira tentativa de se matar de Diana, a primeira tentativa aconteceu quando tinha 20 anos, poucos dias depois de se ter casado com o príncipe Charles, quando cortou os pulsos.
Além disso, Diana confidenciava seus pensamentos suicidas para seu oficial de proteção na época.
O príncipe William nasceu em junho de 1982 e o príncipe Harry nasceu em setembro de 1984.
Charles disse mais tarde que não retomou seu relacionamento com Camilla até 1986, quando percebeu que seu casamento com Diana já não tinha jeito. Mas Diana já desconfiava de alguma coisa, pois, no casamento Diana procurou por Camilla enquanto caminhava para o altar e até encontrá-la "pálida, cinza, com um chapéu em forma de caixa".
Mais uma prova de quão tóxica era a relação entre Charles e Diana é que ele sempre dizia a ela o quanto queria que ela fosse parecida com Sarah Ferguson, a mulher de seu irmão, o príncipe Andrew.
Diana foi uma mãe exemplar para seus filhos reais. Ela ofereceu a seus filhos perspectivas mais amplas do que as mães da realeza costumavam fazer. Ela raramente ouvia o príncipe ou a família real, especialmente quando se tratava das crianças. Ela quebrou a tradição dos bebês reais nascerem em casa e não em maternidades e abaixava-se ou carregava os filhos para conversar com eles em situação de igualdade, comportamento que é repetido pelo príncipe William e Kate Middleton com seus herdeiros. Pode-se concluir que na história da família real, seus filhos receberam o máximo de amor, tempo e compaixão de sua mãe e não foram deixados apenas aos cuidados de babás.
O príncipe Charles dizia que cada integrante da família real tinha que saber ser duas pessoas, uma pública, que aparece nas fotos e para a imprensa, e outra privada, onde ela pode ser realmente quem ela é. Outra questão relevante é o fato das características comportamentais, o estado mental, e a personalidade da Diana ter sido evidenciada e até se sobressaído pelo nível de estresse da relação da Diana com Charles e sua exposição a pressão de ser uma grande personalidade e integrante da família real britânica.
Tendo isso em mente, Diana, muitas vezes, não conseguia fazer essa separação do público e privado, sendo autêntica e impulsiva nesse sentido. A impulsividade se observa também junto com irresponsabilidade onde jogar-se escada abaixo e alguns dos outros comportamentos de automutilação evidenciam essas caraterísticas.
Diana não era uma pessoa extrovertida, era considerada tímida e uma pensadora profunda, isso não quer dizer que ela não pudesse ou soubesse falar em público e participar de todos os eventos diferentes que ela participou.
Uma característica marcante dela era seu lado altruísta, sua capacidade de entrega ao ajudar os mais necessitados, sua ajuda humanitária e a muitas instituições de caridade. Ela tinha empatia, se colocando no lugar da pessoa, e sabendo o que a sua ajuda era de extrema importância para que essa pessoa se sentisse melhor.
Ela visitava hospitais e locais de atendimento e ficava com os pacientes por horas. Ela conversou com eles e segurou suas mãos, pois acreditava no poder de mostrar compaixão por meio do toque. Para ela, estar presente para as pessoas era sua vocação. Uma vez questionada sobre suas visitas a hospitais, ela respondeu:
“Eu sabia qual era o meu trabalho: era sair e conhecer as pessoas e amá-las”.
Ela fazia tudo isso com a bondade de seu coração e não para ganhar fama.
Diana foi uma das primeiras pessoas públicas a visitar e apertar as mãos de pacientes soropositivos sem nenhuma proteção, ainda em 1987. O que na época representou um grande passo para a diminuição do preconceito sobre o HIV e suas formas de transmissão.
Ela caminhou por um campo minado, na Angola, em 1997 com o objetivo de chamar a atenção para os riscos das minas terrestres.
“Nada me traz mais felicidade do que tentar ajudar as pessoas mais vulneráveis da sociedade. É uma meta e uma parte essencial da minha vida – uma espécie de destino. Quem estiver em perigo pode me invocar. Eu virei correndo onde quer que eles estejam.”
Ela era descrita como trabalhadora, organizada, motivada e sem medo do trabalho duro.
Já com relação ao estado mental dela. Diana estava nos últimos anos de vida, provavelmente, com depressão e ansiedade. Ela foi tratada por diversos profissionais da saúde durante a sua vida, mas pouco se sabe ao certo dos seus diagnósticos.
Um indício forte de que isso era verdade, é um dos problemas confirmados pela Diana: a bulimia. Problema este que se agravou durante o seu casamento com Principe Charles. Esse distúrbio tem uma correlação muito forte com outros transtornos mentais, principalmente a depressão. Mais de 90% das pessoas com esse transtorno também têm depressão.
Esse transtorno é caracterizado como um padrão generalizado de instabilidade em relacionamentos, autoimagem, humor e comportamento, bem como hipersensibilidade à possibilidade de rejeição e abandono. Não está claro se a Diana tinha esse medo do abandono, mas a rejeição que tinha do marido pode ter uma relação com isso. E isso leva a outro sintoma do transtorno: oscilações entre amor e ódio, com a pessoa se movendo para idealizar a outra pessoa ou desvalorizá-la.
Um terceiro sintoma deste transtorno são os estresses durante a primeira infância que podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno como: abuso físico ou sexual, separação dos cuidadores e/ou perderam o pai ou mãe quando ainda eram crianças. No caso da Diana, a separação dos pais foi bastante traumática para ela.
Um quarto sintoma seria a impulsividade e comportamentos autodestrutivos e suicidas. Como falado anteriormente, Diana já teve comportamentos impulsivos e suicidas. Também foi relatado episódios de automutilação.
Um quinto sintoma é instabilidade ou desregulação emocional. Também verificado em seu comportamento.
Um sexto sintoma são os pensamentos paranoicos transitórios diante de sintomas dissociativos graves e estresse. Neste caso, pode-se relembrar uma situação que ocorreu em outubro de 1993, a princesa escreveu uma carta a seu mordomo, Paul Burrell, afirmando que achava que seu marido estava se apaixonando por Tiggy Legge-Bourke, sua assistente pessoal e ex-babá de seus filhos. Ela também acreditava que ele a queria morta para poder se casar com Tiggy. Além disso, Diana tinha um pensamento recorrente de que seu telefone estava grampeado e a família real a estava espionando, mas essa informação não é certa.
Um último sintoma é a dificuldade com o controle da raiva. Aí, apresenta um lado sombrio e cruel da princesa Diana. Diana nunca se deu bem com a sua madrasta, Raine Spencer, a qual a princesa chamava de “acid Raine” ou Raine ácida, em português. Seu pai se casou com a sua madrasta em 1969. Aos 28 anos, em um acesso de fúria, Diana empurra Raine na escada. “Ela ficou muito machucada e terrivelmente chateada”, afirma Sue Howe, a ex-assistente pessoal da condessa.
Após o divórcio Diana parecia mesmo ter encontrado o seu caminho. Ela abraçou o seu papel como figura pública, estava confiante e parecia mais forte e feliz.
Mas, infelizmente, em 31 de agosto de 1997, Diana morreu após um acidente automobilístico num túnel, em Paris, França, quando era perseguida por sete paparazzi em motos. Diana estava em um jantar com o milionário egípcio Dodi Al-Fayed, seu atual namorado. O funeral de Diana, em 6 de setembro de 1997, emocionou milhões de pessoas e deixou clara a admiração pela princesa do povo.
Diana deixou uma mensagem de amor aos filhos e de respeito ao próximo sendo presidente ou patrona de mais de 100 instituições de caridade. Ela trouxe afetuosidade e carinho as práticas arcaicas e tradicionais da família real fazendo com que a família real se aproximasse do povo.