Como era a personalidade do Steve Jobs

Era extremanete focado e detalhista. Disruptivo, foi um gênio visionário que levou a popularização de equipamentos tecnológicos.

Veja abaixo o vídeo sobre a Personalidade do Steve Jobs (Primeira Parte) no nosso canal do YouTube. ⤵️

Veja abaixo o vídeo sobre a Personalidade do Steve Jobs (Segunda Parte) no nosso canal do YouTube. ⤵️

Ele foi um dos maiores líderes técnicos de todos os tempos. um gênio visionário que levou o mundo ao futuro tendo uma enorme influência no desenvolvimento e popularização de equipamentos tecnológicos. Era extremamente convincente no seu propósito, sendo carismático e inspirador. Era obstinado e altamente comprometido com seu trabalho.

Mas, por outro lado, era uma pessoa muitas vezes cruel, explosivo e de caráter duvidoso.

Quem conviveu com ele diz que era uma pessoa muito emotiva e intensa. Era extremamente focado e apaixonado pelo que fazia e a forma como ele se concentrava e se dedicava a seus projetos era única. E na sua capacidade de convencimento, a chamada: distorção da realidade, fazia com que as pessoas comprassem a sua ideia, com seus funcionários fazendo as coisas que pareciam impossíveis de serem feitas, E o público e clientes a comprarem seus produtos.

Uma coisa é certa na personalidade de Steve Jobs: ele era franco com as pessoas. Mesmo que pudesse ser rude ou faltar com o respeito com alguém, ele falava a verdade, sem rodeios, mas a verdade.

Steve Jobs era um visionário, já no início de carreira ele tinha a compreensão do que o computador podia se tornar, e do que seria possível fazer com o computador, inclusive com a visão do que as próximas gerações de computadores poderiam fazer. Ele fez uma série de inovações, revolucionando a visão que as pessoas tinham dos computadores, trazendo tecnologia ao entretenimento, música, vendas, telefonia celular e telecomunicações, e ele abriu o caminho para um novo mercado de conteúdo digital com base em aplicativos e não apenas em websites. Sendo eleito o líder empresarial mais inovador e transformador dos últimos 30 anos.

Nas conversas em que exaltava seus produtos ele conseguia ser intensamente envolvente.

Sua esposa, Laurene, que se casou em 1991, com quem teve três filhos e que ficou com ele até o dia de sua morte, fala que:

“Há partes da vida e da personalidade dele que são extremamente confusas”.

Assim, apresentaremos trechos da história de Steve Jobs que demonstram essa visão.

O início de história de Steve Jobs apresenta um momento traumático na sua vida, com cicatrizes fortes nele e que, pelo que se apresenta, nunca foram curadas. Steve Jobs nasceu em São Francisco, Califórnia. Sua mãe era Joanne Schieble Jandali Simpson, nascida em Wisconsin, e seu pai era Abdulfattah Jandali, membro de uma família rica síria. Eles se conheceram em meados dos anos 50 na Universidade de Wisconsin. Devido a divergências religiosas e culturais, e o fato de suas famílias não deixarem se casar, os pais biológicos de Steve Jobs decidiram levar seu filho a adoção. Apesar de ser uma gravidez indesejada, Joanne amava seu filho e ainda tinha uma leve esperança de ficar com o bebê, mas sua família foi irredutível e o casal, Paul Reinhold Jobs, mecânico e ex-membro da guarda costeira e Clara Hagopian Jobs, filha de imigrantes armênios, ficariam com o bebê. Joanne relutou em deixar seu filho com o casal pois eles não tinham terminado o estudo e ela tinha medo do filho ter um futuro medíocre. Joanne só deixou o filho ser adotado pelo casal Jobs após Paul assinar um compromisso de criar um fundo para enviar o menino a faculdade.

O fato de ser adotado foi extremamente doloroso para ele. Algumas declarações a seguir demonstram como ele se sentia em relação a isso.

O primeiro é relativo ao seu famoso discurso na universidade de stanford em 2005, em que ele mesmo fala sobre o processo de adoção e percebe-se a mágoa que ele carregava de ter sido adotado:

"Começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem e solteira estudante de faculdade, e ela decidiu me colocar para adoção. Ela achava muito fortemente que eu devia ser adotado por pessoas formadas, então tudo estava preparado pra que quando eu nascesse fosse adotado por um advogado e sua esposa. Exceto que quando eu apareci eles decidiram no último minuto que na verdade eles queriam uma garota. Então meus pais adotivos, que estavam numa lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite perguntando: “Nós temos um garoto ‘imprevisto’; vocês o querem?” Eles disseram: “É claro!” Minha mãe biológica mais tarde descobriu que minha mãe adotiva nunca se formou na faculdade e que meu pai adotivo nunca se formou no colégio (ensino médio). Ela se recusou a assinar os papéis finais da adoção. Ela só cedeu alguns meses depois quando meus pais adotivos prometeram que um dia eu iria para a faculdade.".

Uma outra declaração, é relativa à declaração de Daniel Kottke, um dos amigos mais antigos de Jobs e que morou um tempo com ele e que trabalhou no início da Apple. Daniel fala o quanto o afetou ser adotado:

“Quando conheci o Steve o fato de ele ter sido adotado era um grande problema emocional na vida dele”.

O próprio Jobs conta um acontecimento quando ele tinha entre 6 e 7 anos:

“lembro-me de estar aqui no jardim e contar a Lisa minha vizinha que eu era adotado E ela me disse: "então seus pais verdadeiros não te quiseram"? Foi um choque! lembro-me de ter corrido para casa. Comecei a chorar e perguntei aos meus pais e eles disseram: "Não! não percebeste? Nós escolhemos especificamente você"”.

Del Yocam, um dos seus colegas mais antigos, diz:

"Acho que seu desejo de ter controle completo de tudo o que faz deriva diretamente de sua personalidade e do fato de que foi abandonado ao nascer. Ele quer controlar seu ambiente, e vê o produto como uma extensão de si mesmo".

É nítido que todo esse acontecimento, do nascimento até ter consciência de que foi adotado, moldou a sua personalidade para o resto de sua vida.

Steve Jobs cresceu com a ideia de que foi abandonado, por mais que ele negasse isso. Mas também cresceu com a ideia de que era alguém especial. No vídeo passado anteriormente, quando foi perguntar para aos seus pais do porquê foi abandonado, eles falaram que o escolheram porque ele era especial. E Daniel Kottke também repete isso.

Além disso, Jobs tinha o seu pai como exemplo de inteligência e, num determinado momento, enquanto estava crescendo, percebeu que seu pai não era tão inteligente assim, e mais, percebeu que era mais inteligente do que seus pais. E seus pais sabiam disso, tanto que faziam de tudo para o filho ter a melhor escola e todo o suporte necessário para crescer na vida. Eles se esforçavam muito para servi-lo, tratá-lo como alguém especial. Isso tudo levou Jobs a ter certeza de que era alguém realmente especial, e segundo o próprio Steve Jobs, esse foi o fator que mais marcou a sua personalidade.

Jobs era bem arteiro na escola, pregando peças nos outros alunos e professores e, segundo ele mesmo, isso foi porque não se sentia atraído pelas matérias, a escola não era desafiadora e atraente para ele. Além disso ele não aceitava se submeter a autoridade da escola. Por acharem o filho especial, seus pais não o repreendiam, sem impor limite a ele, seu pai falava para a escola que se os professores e a escola não conseguem mantê-lo interessado, a culpa é de vocês.

Jobs também fala sobre isso:

“sabiam que a culpa era da escola por tentar me fazer memorizar coisas estúpidas em vez de me estimular”.

Esse comportamento dele e dos pais leva a outro traço da personalidade de Jobs: o desrespeito às regras e a agressividade e a falta de respeito com as pessoas.

Pessoas que conviveram com a falta de limites podem ser incapazes de enfrentar dificuldades cotidianas, como desrespeitar as normas sociais ou infringir leis.

E, veremos mais a frente, esse aspecto da personalidade de Jobs.

“Aprendi mais com ela do que com qualquer outro professor e, se não fosse por ela, tenho certeza de que eu teria ido parar na cadeia. Na minha turma, ela só se preocupava comigo. Ela viu algo em mim”.

Isso reforçou, mais uma vez, a ideia de que ele era especial.

Depois disso, Jobs continuou evoluindo cada vez mais na escola ao ponto em que foi convidado a pular dois anos à frente da sua série. Seus pais acharam mais prudente que ele pulasse apenas 1 ano. Demonstrando que tinha uma inteligência acima da média.

Na nova série e mudando de escola, Jobs se viu isolado com colegas de classes mais velhos. Com o passar do tempo foi ficando cada vez mais difícil para ele frequentar uma escola com ensino fraco e em que era vítima de bullying. Então Jobs vê que a única alternativa é mudar de escola. Aí, aparece mais uma vez o seu perfil autoritário. Ele exige dos pais uma mudança de escola e fala se eles não o atenderem e não irá mais. Seus pais tentam de tudo, mas a única alternativa foi vender a casa e ir para uma outra numa região de escola melhores.

Nos últimos anos do ensino médio, Jobs já se interessava muito por eletrônica e fez um famoso curso na área. E sua aversão à autoridade era algo que não tentava mais esconder, e durante as aulas do curso Ele costumava ficar num canto fazendo algo por conta própria, sem a menor iteração com o professor ou com o resto da turma. Ele acabou fazendo só 1 dos 3 anos previstos do curso.

Steve Jobs conheceu Steve Wozniak, outro fundador da Apple e a mente por trás dos primeiros equipamentos lançados pela empresa, enquanto ainda estudava no ensino médio. Um amigo de Wozniak e que conhecia Jobs falou que iria o apresentar porque tinham muito em comum e que também gostava de construir aparelhos eletrônicos. Wozniak relembra:

“Steve e eu nos sentamos na calçada em frente à casa de Bill por muito tempo, apenas contando histórias, principalmente sobre trote que tínhamos passado, e que tipo de projetos eletrônico havíamos feito.”

Jobs, num momento de autovalorização, diz que Wozniak foi a primeira pessoa que conheceu que sabia eletrônica mais do que ele.

No último ano do ensino médio, Jobs conhece Chrisann Brennan, namorada que engravidou dele posteriormente, começou as dietas compulsivas, alimentação rígida com apenas frutas e legumes, tinha cabelos nos ombros e barba desarrumada e usava lsd, e as vezes parecia carismático e outras assustador. Brennan diz:

“Ele se arrastava para lá e para cá e parecia meio louco e tinha muita angústia. Era como se houvesse uma grande escuridão ao seu redor”.

Na faculdade Jobs optou pela Reed College, uma instituição particular de ciências humanas em que era uma das mais caras do país. Ele queria algo que tivesse uma pegada mais artística e interessante. Porém, o valor dela estava muito superior ao que os pais poderiam pagar. Eles tentaram de tudo para que Jobs desistisse de lá, mas ele insistiu e, então, mais uma vez, seu perfil autoritário entrou em cena. Ele disse para os pais que ou estudava lá ou não estudava. Seus pais acabaram cedendo.

Seus pais o levaram até Portland, onde ficava a faculdade, mas Jobs, num momento de crueldade e insensibilidade, não deixou seus pais entrarem na faculdade para se despedir dele, ele queria parecer que era largado no mundo. Mais pra frente Jobs relatou que se arrependeu disso.

Na faculdade ele pratica o Vegetarianismo e zen-budismo, meditação e espiritualidade, ácido e rock e lá ele conheceu Daniel Kottke que virou um grande amigo logo na segunda semana. e conheceu também Robert Friedland, estudante 4 anos mais velho que virou uma inspiração para Jobs.

Friedland falou sobre uma característica do Jobs que o impressionou foi sua intensidade. Sempre que se interessava por alguma coisa, geralmente Jobs a levava a um extremo irracional.

Daniel Kottke diz que alguns dos traços da personalidade de Jobs foram aprendidos com Friedland. Kottke diz:

“Friedland ensinou a Steve o campo de distorção da realidade. Ele era carismático e um pouco trapaceiro e conseguia distorcer as situações conforme sua vontade, que era muito forte. Era rápido, seguro de si, um pouco ditatorial. Steve admirava esses traços, e os adotou depois de conviver com Robert”.

Jobs também absorveu o modo como Friedland se tornava o centro das atenções. Kottke completa:

“Robert tinha muito de um cara carismático, extrovertido, um vendedor de verdade”.

Antes de Friedland, Jobs era tímido e retraído, e bem na dele. Depois dele, Jobs aprendeu a se vender, a sair de sua concha, se abrir e tomar conta de uma situação.

Jobs ficou uma época ajudando numa fazenda de maças de uma parente de Friedland em que transformou em uma comunidade.

Em fevereiro de 1974, após dezoito meses vivendo ao redor do Reed College, Jobs decidiu voltar para a casa dos pais em Los Altos e procurar um emprego. Achou emprego na fabricante de videogames Atari. Lá ele encontrou um outro modelo de perfil que iria também ajudar a compor a sua personalidade: o dono da empresa “Nolan Bushnell”. Assim como Friedland fazia, Nolan era capaz de persuadir, intimidar e distorcer a realidade através do poder de sua personalidade.

Seu engenheiro-chefe era Al Alcorn. Alcorn disse que viu em Jobs alguém muito inteligente, entusiasmado e empolgado com tecnologia. Mas, em pouco tempo de trabalho, seus colegas já não aguentavam conviver com Jobs. Ele era arrogante, tinha estilo meio hippie que não tomava banho e chamava os colegas de: merdas idiotas. Então Jobs foi remanejado para o turno da noite para não conviver com a maioria dos colegas. Apesar disso tudo, Jobs aprendeu muito lá e ajudou na evolução dos jogos.

Um dos motivos que Jobs queria trabalhar era ganhar dinheiro para ir a Índia, assim como Friedland fez. Então, em 1974, Jobs viajou junto com Daniel Kottke para a Índia por 7 meses em busca de iluminação espiritual. Daniel Kottke disse que, além da iluminação, Jobs foi em busca de preencher um vazio que tinha dentro dele. Jobs andou e andou por toda a Índia, mas não achou a chamada “iluminação”, e não preencheu o vazio que sentia.

Mas na Índia ele aprendeu algo valioso que levou para o resto da vida. Diferente do Ocidente, na Índia se usa muito mais a intuição e a sabedoria experiencial do que o intelecto.

Voltando da Índia para a casa dos pais, Jobs continuou a praticar a meditação e a busca, se não pela iluminação, mas para diminuir a sua inquietação e o vazio pelo fato de ter sido abandonado quando bebê. No final de 1974, Jobs se inscreveu num curso de doze semanas de terapia em grupo. Depois que Jobs fez o curso ele realmente passou a se sentir melhor, diminuindo e o fato de ser rude e mostrando-se mais pacífico. Sua autoconfiança melhorou e seus sentimentos de inadequação se reduziram.

Jobs está de volta também a empresa Atari, quando ocorre uma demonstração mais séria da falha em seu caráter. Jobs continua a trabalhar a noite e Steve Wozniak aparecia por lá para jogarem juntos. Quando seu chefe propôs a Jobs que produzisse um jogo, confiando que Jobs iria recrutar Wozniak para ajudar a fazer e deveria ser entregue em 4 dias. Os dois trabalharam intensamente e entregaram a encomenda. Jobs, que intermediou a negociação deu 350 dólares para Wozniak, valor que seria a metade do que ganharam. Na verdade, Jobs recebeu 7 mil dólares pelo serviço e o prazo da entrega também foi Jobs que estipulou. Wozniak só descobriu que tinha sido passado para trás 10 anos depois. A falta ética de Jobs magoou Wozniak e abalou a amizade. E para Wozniak, Jobs era uma pessoa complexa e ser manipulador é apenas a faceta mais escura das características que o tornam bem-sucedido.

A experiência na Atari ajudou a moldar a abordagem de Jobs dos negócios e do design. Ele apreciava a simplicidade e a facilidade de uso dos jogos da empresa.

Wozniak, depois que passou a frequentar um grupo em que se construía seu próprio computador, terminal, tevê, máquina de escrever, o Homebrew Computer Club. E lá ele teve a grande ideia de fazer e colocar um microprocessador dentro de um terminal com teclado e monitor que já havia construído. Aí, todos os dias depois do trabalho Wozniak se empenhava em colocar em prática o seu projeto, primeiro fazendo o hardware e depois programando o que seria o software. Depois de alguns meses, no dia 29 de junho de 1975, ele conseguiu digitar as primeiras letras e aparecer na tela do computador.

Quando Jobs viu o resultado logo pensou no que poderia fazer com um projeto desses em mãos.

A partir daí Jobs foi se movimentando para que conseguissem um dinheiro inicial e pudessem produzir em maior escala.

Inspirado nas fazendas de maças que ainda frequentava, Jobs sugere o nome de Apple para a empresa. E em 10 de abril de 1976, eles se juntam a Ronald Wayne, amigo de Jobs e design na Atari, fazem o primeiro contrato da Apple em que o capital seria dividido em 45% para Jobs, 45% para Wozniak e 10% para Wayne. Por medo, Wayne desistiria depois vendendo a sua parte por 800 dólares e, pouco depois, mais 1500.

Se tivesse permanecido e mantivesse sua participação de 10%, ela valeria no final de 2010 aproximadamente 2,6 bilhões de dólares.

Ronald Wayne, disse uma frase em que sintetiza a personalidade implacável de Jobs: “se você pudesse escolher entre Steve Jobs e um cubo de gelo para se aquecer, você escolheria o cubo de gelo”. E ele completa: “ele era um indivíduo agressivo, focado, com suas próprias ideias de como tudo deveria ser feito”.

Uma definição do adjetivo, “implacável”, é de alguém que está determinado a fazer algo e se recusa a desistir, mesmo que o que esteja fazendo seja: desagradável ou cruel! Isso define muito bem quem era, como pensava e como agia Steve Jobs.

A apresentação ao Homebrew Computer Club foi logo depois onde Jobs e Wozniak subiram ao palco. O primeiro cliente foi uma loja de computadores em que Jobs conseguiu um contrato para entregar 50 unidades por US$500 cada.

Eles perceberam que para montar tudo isso e com qualidade, deveriam ter mais capital e foram correr atrás de investidores. Durante esse processo, o pai de Steve Wozniak confronta Jobs por achar que seu filho tem uma contribuição maior na empresa e, portanto, deveria ter uma parte maior na empresa. Jobs começa a chorar, demonstrando que não controla muito bem suas emoções, mas depois os Steves se acertaram.

Superado isso e depois de algumas negativas de empresas eles conseguiram a ajuda de Mike Markkula. Mike sugeriu aos dois que primeiramente fizessem um plano de negócios, que acabou sendo escrito na maior parte por ele mesmo. Mike ofereceu-se para garantir uma linha de crédito de até 250 mil dólares em troca de uma participação acionária de um terço. A Apple formaria uma sociedade anônima, e ele, Jobs e Wozniak ficariam cada um com 26% das ações, e o restante seria para atrair novos investidores.

Mike se tornaria uma figura paterna para Jobs. Tal como seu pai adotivo, ele seria complacente com o temperamento voluntarioso de Jobs. Mike ensinou muito a Jobs sobre marketing, sobre a importância de uma boa divulgação e uma bela apresentação do produto.

A partir daí eles foram em busca de convencer o melhor publicitário do vale, Regis McKenna, a fazer um trabalho para a Apple. Ele mudou e implementou várias coisas, como o novo logotipo da Apple.

O lançamento do Apple 2 foi programado para coincidir com a primeira Feira de Computadores da Costa Oeste, em abril de 1977 na cidade de San Francisco e Jobs fez de tudo para que esse lançamento fosse grandioso, que deixasse a impressão nos visitantes que a Apple era uma grande empresa. O lançamento foi um sucesso.

Agora que a Apple já era uma empresa e com funcionários, Jobs se tornou cada vez mais tirânico e abrupto em suas críticas. Ele dizia às pessoas frases como: esse projeto é uma merda! E ainda não cuidava da higiene. Com o intuito de melhorar o clima e tirar o peso das costas de Jobs, pois Jobs ainda tinha 22 anos, Mike decide chamar seu grande amigo, Mike Scott, para ser presidente. Como esperado, Jobs não aceitou facilmente, mas depois acabou convencido de que era melhor. O temperamento de Jobs era cada vez mais difícil e Mike Scott e Jobs tiveram vários confrontos, dos mais variados, inclusive por coisas bobas.

A Apple vinha cada vez crescendo mais e Jobs, já com bom dinheiro, morava numa casa em que dividia com Daniel Kottke e Chrisann Brennan apareceu nesta casa e passou a morar lá também. Jobs e Brennan voltaram a se relacionar até ela ficar grávida. Aí, aparece, mais uma vez, a distorção da realidade de Jobs. Agora ele simplesmente tirou da própria mente de que era pai da criança, negando e negando.

Em 17 de maio de 1978, depois de muita desavença entre Brennan e Jobs, ela deu à luz uma menina na fazenda de maças de Robert Friedland. Somente, após 3 dias Jobs foi ver a filha e ajudar na escolha do nome.

Mas, depois de escolher o nome, Lisa Nicole Brennan, sem o sobrenome de Jobs. Ele volta para a Apple e vive como se não tivesse filha.

Daí, olhando para o que Steve Jobs já fez na sua vida, vemos situações completamente paradoxais. Ele foi deixado para adoção pelos pais, transparecendo que isso era uma das maiores dores da sua vida. E ao mesmo tempo abandonou sua namorada grávida, sabendo que esperava a sua filha e, mesmo depois de comprovada sua paternidade por meio de teste de DNA e ele sendo já milionário, ele deu de pensão somente 500 dólares por mês, e só foi participar um pouco da vida da filha quando ela tinha 8 anos. O mais impressionante disto tudo é, quando renegou sua filha, Jobs tinha a mesma idade da do seu pai biológico, quando foi levado a adoção.

Quando estava ajudando “Walter Isaacson”, autor da sua biografia, no início de 2010, Jobs fez uma revelação:

“Fiz um monte de coisas de que não me orgulho, como engravidar minha namorada quando tinha 23 anos e o jeito como lidei com isso.”

Ou seja, ele tinha total consciência do que estava fazendo e que o que fez foi errado. E, apesar de ter falado que ajudou financeiramente pagando casa, escola e uma ajuda além da pensão, ele diz que se arrepende de não ter estado mais presente.

Outra situação contraditória é o seu passado hippie em que adorava andar descalço, não tomava banho, se guiava pelas canções revolucionárias de Bod Dylan, usava LSD e fez jornadas espirituais pela Índia em busca de algo que o iluminasse. Ele voltou à Califórnia convertido e, com o passar dos anos, se aproximou da doutrina zen logo após ser dispensado da Apple, um período muito difícil em sua vida. Ele usava muitas das ideias de simplicidade, sofisticação e beleza e controle na concepção dos seus produtos, principalmente depois do seu retorno a Apple. Mas esses aprendizados ficaram por aí, ele queria o lucro a qualquer custo, ele faturou em cima das invenções de um amigo que queria distribuí-las de graça; trapaceou, fraudou e evadiu divisas para paraísos fiscais e para conseguir ganhar e acumular mais dinheiro. Tratou as pessoas com desprezo, humilhação e crueldade, inclusive a sua filha Lisa.

Uma terceira situação contraditória era a capacidade de mentir ou falar a verdade. Jobs mentia tão facilmente da mesma forma que jogava a verdade nua e crua na cara de alguém, sem o menor pudor.

Mas, apesar dessa gana por acumular mais dinheiro e desfrutar de produtos caros e com design únicos, ele não colocava a obtenção do lucro em primeiro lugar ao desenvolver um produto. Para Jobs, a paixão por desenvolver produtos de qualidade, que fossem inovadores e facilitassem a vida das pessoas, estava em primeiro lugar.

Jobs seguiu em frente com sua vida, amadurecendo em alguns aspectos, mas não em todos. Abandonou as drogas, deixou de ser um vegetariano tão rigoroso e diminuiu o tempo que passava em retiros zen. Começou a fazer cortes de cabelo modernos e a comprar ternos e camisas de grife. Mas ainda era cruel e mal-educado. Tratava mal garçonetes e frequentemente devolvia pratos afirmando que se tratava de “lixo”.

Em maio de 1980 a empresa lança o Apple 3, sendo um fracasso, pois a teimosia de Jobs falou mais alta, ele se recusou a aceitar as mudanças dos engenheiros que acrescentaram mais componentes às placas de circuito. O que gerou um equipamento que falhava constantemente.

Para superar o fracasso, Jobs se debruçou sobre um novo projeto, que estranhamente se chamava, Lisa. Isso mesmo, o nome da filha renegada por ele. Ele chegou a levar esse projeto de nome Lisa ao seu mestre como prova de chegar à iluminação, como se apenas isso fosse suficiente para tal.

Atkinson, que trabalhou no projeto Lisa disse que, para Jobs, não existia meio termo para classificar uma pessoa e o seu trabalho. As pessoas eram “geniais” ou “idiotas”. O trabalho delas era “o máximo” ou “uma merda total”.

O mais impressionante que possa aparecer, esse traço da personalidade de Jobs pode parecer que ele não tinha uma sensibilidade emocional. Mas é exatamente o contrário. Jobs tinha uma capacidade única em ler o comportamento das pessoas, suas inseguranças psicológicas e seus pontos fortes e fracos. Ele sabia se a pessoas tinham o conhecimento de certo assunto ou se estavam fingindo que tinham. E, de acordo com essa leitura, ele agradava a pessoa, ou persuadia, ou lisonjeava ou, até, intimidava a pessoa. Ou seja, ele manipulava a pessoa de acordo com que fosse mais conveniente para ele.

Atkinson completa dizendo que “Steve não era um bom engenheiro, mas era muito bom para avaliar as respostas das pessoas e Era capaz de dizer se os engenheiros estavam na defensiva ou inseguros.”

Em 12 de dezembro de 1980, Apple abriu uma oferta pública de ações e as ações de Jobs agora valiam 256 milhões de dólares, isso com 25 anos. Ele era um homem rico, milionário. Mas isso não o impediu de ser mesquinho, Jobs decidiu que não deveria dar nada, nenhuma opção de ações, a Daniel Kottke, seu amigo por tanto tempo e que o apoiou por diversas situações. As únicas pessoas que foram ajudadas por Jobs foram seus pais.

Enquanto Jobs era pão duro, Wozniak fez o contrário. Ele vendeu por um valor irrisório, 2 mil de suas opções a funcionários de nível médio. Além de dar ações a funcionários que ele achava que merecia, como Daniel Kottke. Todos o adoravam.

Com o passar do tempo Jobs aperfeiçoou um talento de que já falamos: a oratória e a capacidade de convencimento. Ele apresentava os novos projetos e caminhos da Apple em apresentações televisionadas e diante de um auditório repleto de gente que se deslocava dos lugares mais diversos do mundo só para ver de perto as suas apresentações. Ele era extremamente cativante, conseguindo conectar mentalmente e emocionalmente ao seu público e todos saião da apresentação em êxtase e eufóricos. e, mesmo sendo confrontado com perguntas difíceis e complexas, e você se pergunta: como ele vai se sair dessa arapuca? Ele ia lá, e respondia magnificamente. Todo esse efeito que ele tinha nas pessoas ficou conhecido como: Campo de distorção da realidade. Esse termo foi criado por Bud Tribble, da Apple, em 1981, e descreve a capacidade de Jobs em convencer seus ouvintes a acreditar em quase tudo que ele fala, com uma mistura de charme, carisma, exagero e marketing persistente. Ele olhava fixamente para a pessoa, sem piscar, e, por um passe de mágica, convencia de que algo era possível de ser atingido. Acredita-se que sua capacidade de convencimento é tão grande que consegue convencer até a si mesmo. Steve com sua inteligência distorce o sentido coletivo de proporção e dimensão, onde pequenos avanços, são aplaudidos como se fossem incríveis realizações, e novos produtos tornam-se pontos de inflexão ou grandes avanços no gênero. Então, essa maneira de agir distorcendo a realidade era uma combinação de rebeldia, falta de limites na infância e a crença inabalável de que era alguém especial.

Em 1979, Jef Raskin, que lá no início da Apple ajudou na construção de manual e acabou ficando na empresa, iniciou um projeto que mais tarde viria a se chamar Macintosh. Raskin queria fazer um computador de baixo custo e bastante popular. Jobs gostou muito do projeto, mas não gostou de manter baixo custo. Jobs tinha acabado de sair do projeto Lisa, então suas forças estavam todas voltadas ao projeto Macintosh. E, como de costume, o projeto tinha que seguir à sua maneira. Ele queria um microprocessador mais potente, que era capaz de suportar gráficos mais rápidos e o uso do mouse, porém era mais caro. A partir daí então começa um embate com Raskin que no final foi ganho pelo Jobs. No final, essa vitória foi muito boa para a Apple, com o Macintosh sendo um sucesso de vendas e revolucionando o mercado de computadores pessoais.

Nessa época da criação do Macintosh, os profissionais que trabalhavam com Jobs o viam como arrogante, mais pela ânsia de conseguir entregar o produto mais perfeito possível e muitas vezes com comportamento ofensivo e violento no intuito de atingir seus objetivos, e, além disso Jobs se via como um artista, e incentivava a equipe do projeto a se ver como e fazer o produto mais grandioso possível. Mas, diante de alguns fatores negativos, ele conseguiu fazer com que os funcionários da Apple absorvessem uma cultura de construir algo efetivamente novo, disruptivo, grandioso e que eles acreditassem em si mesmos para conseguir isso.

Já por volta de 1981, para Jobs, um dos principais pontos na concepção de um produto era o design. Ele participou da conferência internacional de design. A partir daí ele propôs que seus produtos deveriam ser de alta tecnologia, com estilo despojado, sendo simples, puros e honestos.

Os melhores produtos, para ele, eram “aparelhos completos”, projetados de uma ponta a outra, onde software e hardware trabalham de forma a utilizar todas as suas capacidades potencializando o produto. Então, essa estratégia de fazer aparelhos que usam softwares únicos, que não conversam com outros fabricantes de aparelhos, partiu de Jobs. E isso reflete o aspecto controlador da sua personalidade, onde nenhuma empresa poderia usar a sua criação, a sua obrar de arte, e estragar algo que foi lindamente criado por ele.

Jobs comentou com Sculley que acreditava que ia morrer jovem e, por isso, precisava fazer as coisas rápido, para dar tempo de imprimir sua marca na história do Vale do Silício. “Todos nós temos um tempo curto nesta terra”, disse ao casal naquela manhã, quando se sentaram à mesa.

“Provavelmente só temos a oportunidade de fazer poucas coisas realmente grandiosas, e fazer bem. Ninguém sabe quanto tempo vai ficar aqui, nem eu, mas minha sensação é que preciso realizar muita coisa enquanto sou jovem.”

Desde o final de 1982 até maio de 1983, quando virou presidente da Apple, John Sculley vivia uma relação com Steve Jobs quase que como um namoro. Havia um encanto mútuo e Sculley achava que via Jobs nele quando mais novo e Jobs via em Sculley um modelo de aprendizado e ele o respeitava, dentro do seu possível. E durante um tempo esse sentimento permaneceu inalterado. Mas o temperamento de Jobs era, como sempre, difícil de ser controlado e um tempo após o lançamento do Macintosh e já sobre direção unificada dos projetos Lisa e Macintosh, Jobs começou a expor com mais franqueza como achava que a empresa deveria ser administrada. Jobs aumentou mais seu perfil controlador, arranjando problema com marketing, produção e administração da empresa. Ninguém mais aguentava ele, pessoas competentes pediam demissão por não querer mais esses confrontos que eram desgastantes e estressantes.

O processo todo do lançamento do Macintosh foi um marco na história, o comercial, lançado no intervalo do Super Bowl XVIII em 22 de janeiro de 1984, foi considerado por muitos como “o melhor anúncio de todos os tempos”. E no dia 24 de janeiro de 1984 foi lançado o primeiro Macintosh, em uma reunião com acionistas da Apple, em Cupertino, na Califórnia em outro evento que também entrou para a história. e nesse evento, além da grande estrela, logicamente o computador, quem brilhou também foi o Steve Jobs. Ele se preparou muito e sugou até a última energia de toda a equipe para fazer história neste evento.

Mas após o entusiasmo inicial do lançamento, as vendas do Mac caíram drasticamente. Apesar de ter uma interface gráfica revolucionária, ele não tinha HD, portanto não tinha capacidade armazenamento, tinha pouca memória, causando lentidão, e não tinha ventoinha, causando aquecimento. A maioria desses problemas foi por teimosia de Jobs, que insistiu em ser do jeito dele.

A quebra do encanto na relação entre Jobs e Scully teve uma das causas a visão de Jobs de que Scully nunca se ligou na magia que o produto tinha, isso era uma heresia para Jobs. Já para Scully, quando Jobs não estava no clima de namoro entre os dois Jobs era extremamente irritante, rude, malcriado e autoritário e não tinha a compostura condizente com a importância que tinha. Com a piora nas vendas do Mac, Jobs se viu num nível de estresse inimaginado, desferindo grosserias e deixando o convívio cada vez mais insuportável. Scully não viu outra alternativa a não ser recomendar ao conselho que Jobs saísse da direção do projeto Mac e fosse chefiar o laboratório de pesquisas da empresa. Depois de muita intriga, drama e uma tentativa de golpe por parte de Jobs, Steve Jobs é retirado da empresa que criou em uma votação em que todos os votantes escolhem Scully como o presidente ideal.

Ser rejeitado por essas figuras paternas, como Scully, Markkula e Rock, fez com que Jobs se sentisse novamente abandonado.

Após sair da Apple, Jobs fundou a empresa Next que nasceu com o intuito de criar potentes computadores voltados a Universidades e pesquisas. e, se não bastasse, ser concorrente da Apple, Jobs tirou importantes funcionários da antiga empresa. Isso fez com que a Apple abrisse um processo contra ele. Os produtos da NeXT não foram um sucesso, foram vários produtos espetaculares que resultaram em incríveis fracassos comerciais. Alguns dos aspectos positivos e negativos foram: um belo design do logo e computador inspirados no cubo; insistiu que seus engenheiros projetassem chips que integrassem várias funções, mostrando-se um erro e um fator de atraso; como era dono da empresa, não tinha ninguém que freasse os seus excessos, causando um custo elevado na montagem da fábrica, dos produtos e das diversas necessidades que surgiam, e por fim, o preço final e a lentidão do disco magnético levou a uma expectativa de venda muito abaixo do esperado. Isso tudo serviu como um laboratório de aprendizagem do que seria o maior feito de Jobs na carreira, a sua volta a Apple e criação de produtos fantásticos.

Paralelamente a sua saída da Apple e o começo da NeXT, Jobs se interessou um estúdio de animação da Lucasfilm, produtora do Star Wars. Jobs se interessava por computação gráfica e combinação de arte e tecnologia e achava que combinar arte com tecnologia digital transformaria os filmes de animação. Então ele acabou comprando a empresa por 10 milhões que passou a se chamar Pixar. Com foco em hardware, aplicativos de software e produção de animações e com os insucessos em hardware, aplicativos de software, até 1991 Jobs já tinha investido mais de 50 milhões do próprio bolso na empresa. E um setor que sempre recebia apoio financeiro e de produção era o de produções de animações. Esse setor foi o que levou a Pixar se levantar e ser vendida em 2006 por 7,4 bilhões de dólares, depois disso Jobs se tornou o maior acionista individual da Disney com cerca de 7% do capital acionário da empresa.

Com a NeXT indo mal em vendas, Jobs se viu no duro dilema em que teve que decidir por não mais vender software e hardware juntos. A partir de agora ele focaria no sistema operacional NeXTSTEP, licenciando para outras empresas usarem. Aliado a isso a Apple seguia constante declínio diminuindo as vendas e se mantendo graças as altas margens de lucro que mantinham. Em 1996, as ações da Apple no mercado tinham caído para 4% de uma alta de 16% no fim dos anos 1980 e o preço das ações, que era de setenta dólares em 1991, desabou para catorze, mesmo quando a bolha tecnológica catapultava outras ações para a estratosfera.

No meio de 1996 a Apple se viu na necessidade de criar um novo sistema operacional, mas não tinha tempo para tal. E a única empresa que tinha tema operacional com uma camada de aplicação orientada para objeto era a NeXT. Então na virada do Ano a Apple compra a NeXT e Steve Jobs estava de volta a empresa que criou.

No final das contas, a Apple nunca o usou o sistema operacional da NeXT, foi mais a capacidade de vendedor de Jobs na apresentação do sistema que fez com que acontecesse o negócio. O maior ganho pra Apple foi o capital humano que agora faria parte da equipe para desenvolvimento do sistema operacional que já vinha sendo desenvolvido.

Passado um ano e se dividindo entre o papel de consultor na Apple e Pixar e minando os poderes do Presidente em exercício da Apple, Gil Amelio, Jobs assume o comando temporário da empresa.

A Apple estava destroçada e a situação estava crítica a ponto de quase faltar dinheiro para honrar os compromissos. Aos poucos, Jobs foi arrumando a casa. Primeiro, ele aumenta seus poderes fazendo com que quase todos os conselheiros renunciassem. Depois ele cuida para que a Microsoft, de Bill Gates, parceira de longa data na produção de softwares, continuassem a fornecer os softwares e fizessem um aporte de 150 milhões de dólares na Apple. E um outro passo importante foi a campanha “pense diferente”, que tinha o intuito de resgatar a marca, frisando a sua razão de existir e consolidando a empresa como uma marca de estilo de vida da indústria tecnológica. E um último passo foi a redução de produtos a apenas 4, diminuindo a força de trabalho e concentrando os restantes na obtenção de grandes produtos e não mais no lucro. Todas essas mudanças salvaram a Apple.

A Apple estava destroçada e a situação estava crítica a ponto de quase faltar dinheiro para honrar os compromissos. Aos poucos, Jobs foi arrumando a casa. Primeiro, ele aumenta seus poderes fazendo com que quase todos os conselheiros renunciassem. Depois ele cuida para que a Microsoft, de Bill Gates, parceira de longa data na produção de softwares, continuassem a fornecer os softwares e fizessem um aporte de 150 milhões de dólares na Apple. E um outro passo importante foi a campanha “pense diferente”, que tinha o intuito de resgatar a marca, frisando a sua razão de existir e consolidando a empresa como uma marca de estilo de vida da indústria tecnológica. E um último passo foi a redução de produtos a apenas 4, diminuindo a força de trabalho e concentrando os restantes na obtenção de grandes produtos e não mais no lucro. Todas essas mudanças salvaram a Apple.

O primeiro grande lançamento da dupla Jobs e Jony foi o iMac. Como em outros lançamentos, Jobs sugou até a última energia da equipe para cumprir suas exigências e prazos. Ele desferiu grosseria e gritos, falta de paciência e insistência, até o dia do grande evento de lançamento, em maio de 1998.

Mas, no final, o lançamento foi perfeito, recebendo elogios da imprensa especializada como da Newsweek, que disse que “não é apenas o computador de melhor aparência apresentado em anos, mas uma orgulhosa declaração de que a empresa dos sonhos original do Vale do Silício saiu de seu estado de sonambulismo.” Já a Forbes chamou-o de: “um êxito que altera toda a indústria”. O iMac foi posto à venda em agosto de 1998 por 1299 dólares. Foram vendidas 278 mil unidades nas primeiras seis semanas, e 800 mil até o fim do ano, o que fez dele o computador de venda mais rápida na história da Apple.

Um outro grande lançamento de Jobs foi a rede de lojas da Apple. Jobs estudou exaustivamente qual seria o modelo ideal e as principais decisões sobre todo o processo de criação das lojas foram feitas por ele. Com as lojas, a relação da empresa com os consumidores chegaria a outro nível e elevando a experiência do usuário. Garantindo de os consumidores da Apple não veriam a empresa como uma simples mercadoria e despertaram a consciência da marca. E em 19 de maio de 2001 a primeira loja da Apple foi inaugurada. Contra previsão dos céticos, as lojas da Apple foram um sucesso, em 2004 elas receberam 5400 clientes por semana. E, lançada em 2006 a loja de Manhattan recebia por semana 50 mil visitantes. E em 2010 a receita proveniente de lojas chegou ao montante de 9,8 bilhões.

Em 2001 o setor de tecnologia vivia uma crise em que as pessoas estavam deixando de concentrar a utilização de computadores. E, enquanto as empresas buscavam contenção de despesas Jobs decidiu que era melhor investir em desenvolvimento e inovação. Um dos fatores de evolução dos computadores para que pudessem ser transformados em hubs onde fosse possível a utilização de diversos dispositivos para edição de vídeos, fotos, músicas e outras mais. Com isso, surgiu o itunes, reprodutor e organizador de música digital, e o iMovie, um software de edição de vídeos.

E o próximo passo na evolução foi a criação de um aparelho portátil para ouvir música digital. Os aparelhos portáteis tocadores de mp3 já existiam, porém, Jobs queria um aparelho portátil que pudesse, como sempre, simples de usar e minimalista. Depois dos engenheiros mostrassem que não existia tecnologia que tivesse uma capacidade de armazenagem grande e fosse pequeno. Mas logo os técnicos da Toshiba apresentaram uma nova tecnologia e a Apple pode fazer com exclusividade os primeiros aparelhos portáteis do mercado. Isso transformou a Apple no precursor dos aparelhos portáteis que transformaram a empresa na fabricante de aparelhos tecnológicos mais valiosa do mundo nos anos seguintes. O iPod se tornou um ícone de tecnologia, design arrojado e simples, marcando uma época e elevando mais uma vez o status da Apple no cenário mundial.

Depois, foi a vez de lançar a iTunes Store em 28 de abril de 2003, plataforma que venderia músicas. Para conseguir o apoio e autorização das gravadoras de músicas Jobs usos seu alto poder de convencimento, suas habilidades para venda. Usou a capacidade técnica de seu time da Apple e entregou algo que nenhuma gravadora conseguiu criar. Com o iTunes Store ele conseguiu criar uma cadeia em que as pessoas compravam músicas no iTunes Store baixando de um iMac, para colocar num iPod, ou seja, total controle da cadeia e um produto ajudando a vender o outro. A loja iTunes vendeu 1 milhão de canções em seis dias ao preço de 99 centavos cada. O mais complicado em relação ao iPod foi convencerem Jobs de que o aparelho pudesse ser compatível com os PCs que usassem Windows com sistema operacional. Depois de muito esforço, apresentando projeções e lucro com venda de músicas pelo iTunes e iPods, Jobs acabou aceitando.

Em janeiro de 2007, as vendas do iPod respondiam por metade de suas receitas. Em abril de 2003, o iTunes vendeu 70 milhões de músicas em seu primeiro ano, e em fevereiro de 2006, vendeu sua bilionésima música.

Desde a introdução do iMac em 1998, Jobs e Jony Ive transformaram o design sedutor numa característica dos computadores da Apple. Eles lançaram o Power Mac G4 Cube, que era um cubo perfeito, totalmente minimalista, mas não fez muito sucesso por ser o dobro do preço de um cpu normal.

No fim de 2003, Jobs descobriu por acaso que estava com câncer no pâncreas ao fazer uma ressonância devido aos seus casos de pedras nos rins. Por sorte dele, esse era um câncer raro que poderia ser resolvido com uma simples cirurgia. Mas Jobs não estava preparado psicologicamente para fazê-la, ele tinha pavor de ter seu corpo aberto. Então ele procura alternativas naturais como: acupuntura, dietas veganas, remédios fitoterápicos, jejuns à base de sucos, limpezas intestinais frequentes, hidroterapia e tudo natural que se possa imaginar. Obviamente, isso não deu resultado e todos tentaram insistentemente para que ele fizesse a cirurgia. Após nove meses de teimosia e distorcendo a realidade de um problema que não sabia como lidar, Jobs, finalmente, faz a cirurgia. Mas, provavelmente pela demora em operar, o câncer havia se espalhado para o fígado, então Jobs começou imediatamente a quimioterapia. Esse processo todo dificultou a alimentação, pois, com o pâncreas reduzido, não produzia enzimas necessárias a digestão, o que ficou nítido em suas imagens divulgadas neste período. Com o passar do tempo os distúrbios alimentarem, que sempre o acompanhava, ficaram piores, os remédios para dor a base de morfina e ter perdido grande parte do pâncreas, tiravam o seu apetite. Na apresentação do iPhone 3G em junho de 2008, estava tão magro que a sua magreza virou o assunto mais importante do dia. E isso não era à toa, seu câncer havia tomado o fígado o deixando muito fraco e a única alternativa seria o transplante. Depois de um pouco de resistência de Jobs ele finalmente aceita e entra na fila e consegue fazer o transplante na cidade de Memphis em 22 de março de 2009. Jobs ganha mais uma batalha na guerra contra o câncer. E no fim do mês de junho ele estava de volta ao trabalho. Jobs tinha uma noção sempre que o câncer estava voltando, ele sentia dor, parava de comer e precisava de alimentação por via intravenosa. E no início de novembro de 2010, ele começou a sentir esses problemas e precisou de alimentação intravenosa. No Natal, seu peso tinha diminuído para 52 quilos, mais de 23 quilos abaixo de seu peso normal e estava claro que aquela não era apenas uma de suas fases ruins. Os médicos detectaram indícios de novos tumores, tendo o câncer exacerbado ainda mais a perda de apetite, e estavam se debatendo para determinar a quantidade de drogas que seu físico debilitado conseguiria aceitar. Além de todos os problemas Jobs tinha longos acessos de raiva e depressão, o que diminuía ainda mais seu apetite. Suas dietas restritivas desde jovem eram também um fator complicador, a esposa, Laurene, sabia que ele deveria se esforçar mais para conseguir comer alimentos de alto valor proteico, mas ele nem tentava, ficava olhando para baixo durante o jantar e se remexendo em dores. Em janeiro de 2011, ele inicia outra licença médica. Como suas inúmeras enfermidades estavam sendo tratadas separadamente, Jobs organizou uma reunião com os especialistas em dor, nutricionistas, hepatologistas hematologistas, em sua casa.

Graças a alguns avanços científicos pioneiros, a equipe médica tinha conseguido manter Jobs um passo à frente do câncer. Ele se tornara uma das primeiras vinte pessoas no mundo a ter o sequenciamento completo de todos os genes de seu tumor cancerígeno e de todo o seu dna normal. O processo, na época, custara mais de 100 mil dólares.

Mas, em julho de 2011, o câncer tinha se espalhado para os ossos e outras partes do corpo de Jobs, e seus médicos estavam com dificuldade em encontrar medicamentos dirigidos que pudessem contêlo. Jobs sentia dor, tinha pouca energia e parou de ir trabalhar.

Sabendo que não tinha mais condições de voltar a trabalhar, Jobs deixa para a reunião do conselho do dia 24 de agosto de 2011 para renunciar ao cargo de presidente executivo da Apple. Chegando lá muito fraco e em cadeira de rodas Jobs anuncia sua renúncia para os seis membros do conselho e todos se emocionam.

Steve Jobs morreu no dia 5 de outubro de 2011 por parada cardíaca em decorrência dos muito anos lutando contra o câncer.